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Custos de manutenção da Refinaria de Luanda atingem pico de dois milhões de dólares por mês

A Refinaria de Luanda emprega até dois milhões de dólares por mês em serviços de manutenção de equipamentos, disse, sexta-feira(18), em Luanda, o chefe de Departamento de Engenharia de Manutenção daquela unidade.

João Maria, que falava à margem do 4º Congresso  de Manutenção e Gestão de Activos, organizado pela Associação Angolana de Manutenção e Gestão de Activos ( AAMGA), realçou que, os custos de manutenção tendem a variar em baixa e em alta, com o pico a situar-se em dois milhões de dólares e a média em um milhão.

Para a prestação de serviços de manutenção, a indústria de refinação adopta tecnologias e especialidades que vão da mecânica, serralharia e soldadura, à electricidade e à instrumentação.  

Para João Maria, com estes encargos, os custos de manutenção são consideráveis, sendo que, a título de exemplo, um dia de paragem dos equipamentos na Refinaria de Luanda tem um  grande impacto em custos económicos para o país, o que faz com que haja também um investimento assinalável na área de Manutenção.

Como parte do investimento na manutenção, o responsável lembrou que, no período de 2018 a  2021, a Refinaria de Luanda registou uma grande paragem devido às obras de expansão e modernização, estando a unidade a passar, agora, por um processo de integração para normalizar as operações.

Além deste constrangimento, acrescentou o chefe de Departamento, os gastos de manutenção ocorrem com as intervenções correctivas, até que as unidades se estabilizem.

“É normal isso acontecer porque tínhamos um défice na produção de gasolina, fruto do estado obsoleto da unidade e à consequente degradação dos equipamentos, o que implicava ou resultava em grandes índices de manutenção correctiva”, reconheceu João Maria, destacando que, os serviços de manutenção são realizados por mão-de-obra nacional em 95 por cento.

“Para alguns serviços especializados, sobretudo, aqueles que são detentores de marca, é que recorremos a mão-de-obra expatriada”, disse João Maria, assinalando que, como resultado de toda a evolução ocorrida na indústria angolana de refinação, hoje há uma grande melhoria com as novas unidades de produção de gasolina, as quais, em termos de processamento de petróleo bruto têm uma capacidade instalada de 65 mil barris por dia.

 “Com a nova unidade de gasolina, foi possível quadruplicarmos a produção, embora não estejamos ainda em pleno, porque alguns ajustes estão a ser feitos”, afirmou, considerando que, com as melhorias registadas, a Refinaria de Luanda está muito próximo do objectivo traçado.

 Capacidade de geração de energia eléctrica

A Refinaria de Luanda tem uma capacidade de geração de energia de 25 megawatts (MW), dispondo de uma rede modelar e de uma turbina a gás que produzem 12 MW de electricidade, uma central do ciclo combinado com duas turbinas a gás que produzem 14 e uma turbina a vapor que gera 11.

Caso a estas fontes de geração de energia se juntem as emergenciais, constituídas por quatro geradores a diesel, há uma capacidade instalada de 42 MW no interior da Refinaria de Luanda.

 “Quando foi projectado o ciclo combinado, havia a intenção de termos alguma sinergia com a rede nacional, para que realmente possamos capitalizar essa capacidade,  exportando parte da energia produzida na Refinaria”, recordou João Maria.

Durabilidade dos equipamentos requer investimento

O presidente da Associação Angolana de Manutenção e Gestão de Activos (AAMGA), Vicente Inácio, apelou  às empresas públicas e privadas a cumprirem com os serviços de manutenção dos seus equipamentos e activos, sendo que, a maior parte destes são fabricados com uma duração de  20 a 30 anos de utilização.

Nos Portos de Luanda, Lobito e Namibe, apontou para ilustrar a ideia, o funcionamento é assegurado por um conjunto de equipamentos que vão de viaturas, empilhadoras, transformadores e outros, que devem ser reparados para que não deixem de operar. Outro exemplo, segundo Vicente Inácio, são os aviões, que são fabricados com um horizonte temporal de 30 anos.

“Actualmente existe ainda pouca cultura do género por parte dos empresários e, para que zelem pelos serviços, a AAMGA tem promovido eventos e sensibilização com partilhas de experiência junto das empresas e nos pólos industriais  do pais”, garantiu.  

Como associação a AAMGA pode ser um veículo para apoiar as empresas a estruturarem os seus departamentos e direcções de manutenção, porque há, em Angola, especialistas com muitos anos de experiência”, afirmou Vicente Inácio para definir a associação. Fundada em 2013, tendo agora um registo de 91 associados.

Fonte: JA

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