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Angola solicita mais investimento chinês

As trocas comerciais com a China ascenderam de uma média anual de 150 milhões de dólares, em 2002, para 27,34 mil milhões, no ano passado, declarou, sexta-feira, em Luanda, o embaixador em Angola, Gong Tao, num fórum bilateral de negócios em que o ministro de Estado para a Coordenação Económica solicitou mais investimento, mais capital, do país asiático.

José de Lima Massano considerou, no Fórum de Negócios Angola-China (FONAC) , realizado para assinalar os 40 anos de cooperação bilateral,  “mais investimentos” para a produção de alimentos, para o sector da habitação, indústria transformadora e comércio para potenciar a economia angolana.

“Contamos assim com mais investimentos para a produção de alimentos, para disponibilização da habitação, para a indústria transformadora, para o comércio e desenvolvimento das cadeias logísticas de apoio ao desenvolvimento, na exploração mineira e na capacitação e formação profissional”, afirmou José de Lima Massano.

O ministro declarou a viabilidade do mercado angolano para acolher investimentos, realçando que o Governo mantém em curso reformas que tendem a melhorar o ambiente de negócios para o estabelecimento de um quadro macroeconómico capaz de elevar a estabilidade, um ordenamento jurídico que confira segurança aos negócios e regras de mercado que privilegiem a concorrência, competitividade e a inovação.

Lembrou que, no quadro das reformas, o Governo anunciou, recentemente, um conjunto de medidas de estímulo e potenciação da Economia angolana que incentivam a produção de bens “Feito em Angola”, inseridos em projectos de investimento público.

“Acreditamos que o investimento, a tecnologia e o conhecimento de empresas aqui representadas ganham novo mercado de actuação e oportunidades de reforço de parcerias”, salientou, augurando mais investimentos dos empresários chineses.

O embaixador do China considerou que o valor do comércio atingido em 2022 testemunha o rápido desenvolvimento das relações entre os dois países, notando que, nos últimos anos, o café, cerveja, granito e outras especialidades de Angola têm surgido de forma crescente no mercado da China, tendo apontado que o mesmo acontece com os produtos chineses que circulam no mercado angolano, como viaturas e telemóveis.

“A cooperação de investimento China-Angola ajuda a diversificação económica de Angola. O número de empresas chinesas em Angola ultrapassou 400 e o stock de investimento ultrapassou 24 biliões de dólares, abrangendo vários sectores. Na área da agricultura, as empresas investiram e operaram várias fazendas, experimentaram com sucesso o plantio de sorgo vitivinícola que permitiu alcançar uma colheita abundante de arroz híbrido de alto rendimento”, disse.

Na indústria, segundo o embaixador, a China fabrica motocicletas, aparelhos de refrigeração e produtos químicos domésticos que são populares entre os consumidores angolanos. “Angola também estabeleceu a primeira fábrica de placas de gesso e a primeira fábrica de telhas e cerâmica para preencher a lacuna na indústria e promover a exportação diversificação”, referiu.

O Fórum de Negócios Angola-China contou com a participação de mais de 70 empresas chinesas que actuam em vários sectores da actividade económica, com destaque para construção civil, infra-estruturas rodoviárias, engenharia, materiais de construção, indústria, tecnologia de informação e telecomunicações.

Setecentas participações superam as expectativas

Um total de 700 pessoas, entre representantes governamentais, empresários chineses, angolanos e de outras nacionalidades acompanharam, na manhã de ontem, a realização do  Fórum de Negócios Angola-China (FONAC), para o reforço das parcerias económicas entre os dois países.

O encontro, segundo o presidente da Câmara de Comércio Angola-China, Luís Cupenala, superou as expectativas da organização, que aguardava em torno de 500 pessoas.

Durante o evento, que comemora os 40 anos de relações diplomáticas e 13 cooperação económica e comercial, entre os dois países, foram abordados temas de interesse comum, como as oportunidades de investimento que cada um dos países tem para oferecer.

No seu discurso, Luís Cupenala ressaltou o importância da parceria com a China nestes 13 anos de cooperação estratégica com Angola que se tornou no segundo maior parceiro comercial da China em África, depois da África do Sul.

Foram ainda ressaltados exemplos como a construção da Cidade do Kilamba e financiamentos para  a construção e reconstrução de infra-estruturas básicas no país, as quais “permitiram a reanimação da economia, com a retoma da normalidade da circulação de pessoas e bens”.

A Câmara de Comércio congrega 112 empresas, com um número significativo da sociedades de direito angolano e capital chinês, empresas angolanas com capital angolano e de outras geografias, onde o sector empresarial, representando maioritariamente, os sectores de Construção e Agricultura.

Perspectiva-se para 2024, a inauguração de outros investimentos chineses, com previsão “absorver mais de 100 mil postos de trabalho para jovens angolanos”.

Assinaturas de acordos 

O Governo angolano assinou três memorandos de entendimento considerados cruciais para dar continuidade aos anseios do país de dinamizar e estimular a produção nacional para potencialização da economia.

Foram assinados um memorando de entendimento sobre a cooperação entre a Carrinho Empreendimentos e a CITIC Construction e outro com a Câmara de Comércio Angola-China para a promoção da Zona  Franca de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande.

Entre os acordos com Câmara de Comércio Angola-China também está uma parceria para a promoção Zona Económica Especial Luanda Bengo (ZEE).

Em entrevista, o presidente do Conselho de Administração da ZEE, Manuel Pedro, reconheceu que o investimento Chinês na ZEE  é considerável “mas, na verdade”, o país precisa de mais.

O entendimento abre oportunidades de negócios para todos os sectores, desde a Indústria, ao Comércio, Logística, AgriCultura e Educação.

Actualmente, já existem, na ZEE, 14 empresas chinesas a operar e mais 12  acabam de assinar os contratos.

Fonte:JA

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