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Sede do SJA assaltada de novo na véspera da marcha de repúdio dos jornalistas

A sede do Sindicato dos Jornalistas Angolanos foi de novo assaltada esta sexta-feira, véspera da marcha de repúdio marcada para as 10:00 de sábado, com início no cine Atlântico.

Esta é a terceira vez que a sede do SJA é assaltada. No dia 03 de Dezembro, pela segunda vez numa semana, elementos desconhecidos voltaram a levar consigo a unidade central de processamento (CPU) do computador principal, que já tinha sido furtada, e devolvida dias depois, juntamente com várias mensagens de ameaça ao secretário-geral do sindicato. Esta madrugada foi levado também o monitor.

De acto similar foram alvo os jornalistas João Armando, director do Jornal Expansão, e Raquel Rio, correspondente da agência Lusa, em Luanda, no mês passado.

Polo facto de vários colegas receberem ameaças e estarem a levar apenas os computadores dos jornalistas, segundo Teixeira Cândido, o SJA entende que a classe está sob ataque.

“Estamos a ser atacados”, afirmou, na altura em que foi marcada esta marcha de repúdio.

“Não vamos negligenciar isto. É de facto um ataque aos jornalistas e não ao sindicato. Quem assalta os computadores dos jornalistas não quer brincar, mas sim ameaçar-nos”, disse.

Já Reginaldo Silva, membro da Entidade Reguladora de Comunicação Social (ERCA), salientou que para além desta violência directa, tentam condicionar o trabalho dos jornalistas.

“Estão a atacar-nos para destruírem os canais independentes. Porque os canais públicos (do Estado) crescem, disse.

Os partidos políticos da oposição reiteraram esta sexta-feira a sua disponibilidade para fazerem parte da marcha dos jornalistas.

“Vamos estar presentes na marcha dos jornalistas”, confirmou o líder do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chyaka, frisando que os jornalistas não podem continuar a ser intimidados enquanto o Executivo não diz nada.

O secretário-geral do Bloco Democrático (BD), partido que viu a sua marcha impedida pelo GPL, disse que os jornalistas angolanos sofrem constantemente ameaças, por isso, têm o direito a realizar uma marcha de protesto.

“Estamos solidários com a marcha dos jornalistas”, disse à imprensa Muata Sebastião.

Segundo apurou o Novo Jornal, até ao momento, o SJA ainda não recebeu uma resposta do Governo Provincial de Luanda (GPL), sobre se vai ou não autorizar a marcha que terá lugar no sábado.

A marcha vai ter início às 10:00, no cine Atlântico, passa pelo Largo da Independência, segue para o Jumbo, Unidade Operativa, e termina na rua da Liberdade, na Vila Alice.

O Sindicato dos Jornalistas Angolanos é uma associação profissional apolítica, apartidária, sem fins lucrativos e de defesa dos empregos e da liberdade de expressão dos seus associados. Foi fundado em 1992. Partidos políticos da oposição juntam-se a marcha de protesto dos jornalistas

Fonte: NJ

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