A investigação das autoridades angolanas em torno dos capitais que saíram ilegalmente do país, no quadro de recuperação de activos no Dubai, conheceram um desfecho positivo a favor de Angola, com a última visita do chefe de Estado angolano, àquele país do médio oriente.
Fonte do Portal avança, que das principais questões económicas discutidas durante a reunião de João Lourenço com o Emir Abu Dhabi Mohamed bin Zayed al-Nahyan, em 15 de Janeiro, prende-se com o fortalecimento da cooperação jurídica e a partilha de informações bancárias entre os dois países.
As negociações entre às autoridades angolanas e do Dubai, remontam há mais de três anos, com à caça do património financeiro da Isabel dos Santos, bem como de colaboradores próximos do ex-presidente José Eduardo dos Santos, nomeadamente, general Kopelipa e Manuel Vicente.
Por outros lado, as autoridades angolanas, esperam do Dubai colaboração para extraditar Isabel dos Santos.
A empresária angolana, que nos últimos anos passa o réveillon no Resort Bulgari, de cinco estrelas, no Dubai, e de onde tem mantido encontros frequentes com um de seus clientes de longa data, o empresário franco-congolês Konema Mwenenge, ex-CEO das empresas de comércio de diamantes Nemesis International e Diamond Republic, recebeu um aviso vermelho da Interpol; é suspeita de ter transferido uma boa parte dos seus bens para a Rússia.
Soube o Portal, que a Procuradoria Geral da República de Angola, continua a comandar a “caça” pelos fundos desviados no Dubai, o que levou Helder Pita Groz aos Emirados Árabes Unidos, nos últimos meses.
Num artigo revelador, a Africa Intelligence comprova a existência de empresas criadas secretamente nos Emirados Árabes Unidos em nome da família do ex-presidente José Eduardo dos Santos. O grupo por trás destas empresas de gestão de riqueza, é a Helin International, que está sob investigação nos Estados Unidos, França, Suíça e Luxemburgo. Assim como a família dos Santos, vários clientes africanos poderosos também utilizaram seus serviços.
Outra dos filhos de José Eduardo dos Santos, que segundo a investigação, possuía veículos financeiros na RAK que até agora permaneceram em segredo, é “Tchizé” dos Santos. “Tchizé” registou três empresas na zona livre RAK em 2015: a primeira, Leala Limited, está em seu nome; a segunda, Whorem Limited, foi criada para seu marido, Hugo André Nobre Pêgo; e a terceira, Hermitage Limited, pertence aos dois.
Cada uma delas foi criada pelo grupo de gestão de riqueza Helin International e são suspeitas de terem sido criadas para a família dos Santos. Elas estão ligados a contas abertas especificamente com o Banco de Investimentos dos Emirados Árabes Unidos. De acordo com documentos confidenciais vistos pela Africa Intelligence, uma transferência inicial de US$ 20 milhões foi planeada quando foram abertos, com cerca de US$ 200 milhões a serem transferidos posteriormente. Entretanto, esta é uma soma que “Tchizé” não tinha à sua disposição.
Acordo financeiro
A correspondência interna da Helin International indica que o financiador ítalo-suíço, Victor Pablo Dana, apresentou o caso ao advogado corporativo português Miguel Caetano de Freitas, sediado em Abu Dhabi. Dana, chefe da Heritage Wealth, uma empresa de gestão de activos registada em Dubai, é descrita por De Freitas como um “intermediário” que ele nunca usou.
Helin International descreveu o advogado como um “facilitador de negócios” querendo “um reembolso de 50% dos custos” de instalação e depois administração de empresas na RAK. De Freitas negou isto ao corresponder-se com a Africa Intelligence, e disse que nunca havia solicitado um “reembolso” nem trabalhado com a “Tchizé”.
Disse também que não conhecia a Helin International, embora um funcionário, tenha informado que havia se comunicado com o advogado, por e-mail e no almoço de 28 de Janeiro de 2015 em Dubai, sobre a criação de empresas em nome da família dos Santos.
No acordo financeiro estabelecido para “Tchizé” e seu marido, foram as subsidiárias estabelecidas na RAK, Helin Capital Risk & Finance e Helin International FZE, que serviram de fachada para a operação. Helin International FZE também detinha acções da Leala Limited antes de transferi-las para “Tchizé” juntamente com a função de gerente da empresa em 16 de Fevereiro de 2015.
Fonte: CK