Os Chefes de Estado da República Democrática do Congo e da Zâmbia elogiaram, terça-feira, em Benguela, a modernização resultante dos investimentos feitos pelo Executivo angolano no sector ferroviário e portuário, no Lobito e não só.
Félix Tshisekedi e Ha-kainde Hichilema expressaram a satisfação ao lado do homólogo angolano, João Lourenço, na visita de trabalho à província de Benguela, onde ambos estadistas testemunharam a cerimónia de transferência oficial da Concessão dos Serviços Ferroviários e da Logística de Transporte do Corredor do Lobito.
Completamente modernizada e construída de raiz, a Estação do Caminho-de-Ferro do Lobito, em Benguela, é de 1ª classe e foi inaugurada em 2012. A mesma (estação) tem capacidade para albergar 9 composições em simultâneo. A infra-estrutura conta ainda com salas de embarque de primeira e segunda classe, sala VIP, sala de conferências, de formação, de bagagem e desembarque.
Na estação, os Chefes de Estado receberam explicações do presidente do Conselho de Administração dos Caminhos-de-Ferro de Benguela (CFB), António Cabral, tendo avançado que no ano passado foram transportadas mais de 1 milhão e 46 toneladas de mercadoria diversa.
Em termos de carga, referiu António Cabral, do Lobito para dentro do território nacional e para fora do país, principalmente para a República Democrática do Congo, são transportadas, anualmente, mais de 300 mil toneladas, ao passo que no sentido inverso (RDC-Angola) são transportadas mais de 60 mil toneladas/ano.
O PCA do CFB detalhou que a circulação dos comboios é feita de forma coordenada, desde o Lobito, passando por Benguela, Huambo, Bié e Moxico, durante os dias de semana previamente definidos, de ida e volta.
Para António Cabral, os indicadores eram baixos e com a efectivação da transferência oficial de concessão dos serviços ferroviários e de logística de suporte do Corredor do Lobito virou-se a página e a realidade será outra.
“Esperamos que a concessão nos traga benefícios, porque os indicadores perdidos ao longo dos anos são enormes, já que no passado se tinha uma transportação anual de 3 milhões de toneladas e pensamos que com o ganho, que é histórico para os Caminhos-de-Ferro de Benguela, se recupere os indicadores perdidos”, afirmou.
António Cabral disse que o CFB contava com uma linha de 16,5 toneladas por eixo e os trabalhos de modernização permitiram ter, agora, uma linha para suportar 22 toneladas por eixo.
Na mesma linha, indicou António Cabral, foi estendida a fibra óptica que liga o Lobito até à fronteira com a Zâmbia e construídas 67 estações de raiz, juntando às que já existiam, além de pontes.
Na estação do Lobito foram, também, apresentadas as diferentes locomotivas, entre unidades múltiplas diesel (DMU), com capacidade de carga de mil e 500 toneladas cada.
António Cabral indicou, na ocasião, vagões carregados de diversas mercadorias destinadas à República Democrática do Congo, tendo garantido que as trocas comerciais estão a funcionar normalmente.
Indicou, também, as carruagens clínicas que estão a funcionar no âmbito do Projecto Tata Uhayele. Segundo o responsável, é um trabalho positivo, porque contribui para o bem-estar das populações.
O gigante Porto do Lobito
Depois da visita guiada à Estação do CFB, no Lobito, os Chefes de Estado de Angola, RDC e Zâmbia visitaram o Porto do Lobito, que, segundo o seu presidente do Conselho de Administração, Celso Rosas, é dos mais seguros a nível do mundo por possuir um quebra-mar natural, e esclareceu os investimentos de vulto feitos pelo Executivo.
Explicou que o Porto do Lobito foi ampliado e tem, actualmente, 2.169 metros acostáveis, onde podem atracar, em simultâneo, 8 navios de grande porte.
Segundo Celso Rosas, o Porto do Lobito possui mais de 1.000 trabalhadores. “É um Porto preparado para trabalhar todo o ano, durante 24 horas ao dia e funciona com equipamentos modernos, pois temos STS com capacidade de fazer 20 movimentos em 3 minutos e libras com capacidade de fazer em três minutos um movimento de contentores”.
Indicou que o Porto do Lobito tem silos com capacidade para armazenar 68 mil toneladas de cereais.
“Temos um Porto que tem uma linha férrea que vai até à República Democrática do Congo (RDC) e sonhamos ir até à Zâmbia. Acreditamos que os três Presidentes vão conseguir tornar realidade este sonho dos nossos povos”, disse.
Fonte: JA