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Angola vai receber 500 milhões USD do BM para amaciar o impacto social da retirada gradual dos subsídios aos combustíveis

O Banco Mundial anunciou que vai financiar algumas políticas de desenvolvimento do Governo de Angola em quase 500 milhões de dólares norte-americanos, sendo o objectivo mais relevante criar uma almofada social para as reformas estruturais em curso, de onde sobressai o processo de retirada por etapas dos subsídios aos combustíveis.

Este financiamento, na forma de empréstimo, é uma resposta temporalmente coincidente com os protestos populares graves que ocorreram no país nos dias subsequentes à entrada em vigor do aumento da gasolina de 160 Kz para 300 Kz. Uma das urgências a que esta “ajuda” procura responder é a mitigação dos severos impactos sociais que se antecipa com a continuada retirada dos subsídios aos combustíveis que, nos próximos meses, abrangera o gasóleo e, de novo, a gasolina, que ainda está a valores muito abaixo dos preços internacionais verificados na importação.

Apesar de uma parte dos profissionais para quem a gasolina é parte estrutural da actividade, como pescadores, moto-taxistas, taxistas, etc… terem direito à compra deste combustível pelo preço antigo, a verdade é que no resto da população, o impacto é severo. Isto, atendendo a que, num país com fraca resposta social do Estado a fenómenos como a pobreza e deficiente serviço de saúde pública, os combustíveis baratos era, e ainda são em parte, um dos poucos mecanismos eficientes de distribuição da riqueza, embora de forma cega por abranger tanto ricos como pobres.

Segundo o BM, citado pela Lusa, este financiamento “apoia esta agenda e proporciona financiamento a Angola para ajudar a mitigar os impactos sociais, numa altura em que o aumento dos preços da gasolina em cerca de 87% está a causar dificuldades temporárias e um pico na inflação”. “Este financiamento ajudará a consolidar a agenda de reformas do governo e proporcionará o tão necessário apoio orçamental para reduzir os custos sociais a curto prazo da transição económica”, segundo Juan Carlos Alvarez, representante do Banco Mundial para Angola, citado no mesmo documento.

Fonte: NJ

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