As ruas, travessas e armazéns comerciais na zona do antigo controlo, nas imediações do Tribunal de Comarca do Benfica, estão a ser encerradas pela Administração Municipal de Belas no âmbito da estratégia do combate à venda desorganizada em Luanda, uma situação que preocupa centenas de vendedoras, que fazem daquele local o seu ganha-pão, mas contenta os moradores, constatou o portal no local.
Na conhecida rua da praça do “kwankwaram” todos os armazéns e casas de processo (locais onde são guardados bancadas e mercadorias) foram encerrados esta quinta-feira por fiscais da Administração de Belas.
As ruas estão a ser fechadas, como ilustra a foto, e as vendedeiras impedidas de continuar a comercializar no local.
No terreno, as comerciantes são sensibilizadas por fiscais e agentes da administração de Belas a abandonar a venda desordenada em locais impróprio.
A Polícia Nacional, através da sua Unidade de Reacção e Patrulhamento, está no local, enquanto o habitual corre-corre entre fiscais e “zungueiras” se sucede.
As comerciantes dizem que não é certo deixar o local, fundamentando que o custo de vida é a razão que as coloca nas ruas.
Os moradores dizem que a medida do Governo Provincial de Luanda (GPL) é acertada porque a venda desordenada no local os tira-lhes a paz.
Marques Manuel, morador da rua do “kwankwaram”, que viu a sua lanchonete encerrada, por estar ilegal, diz que não concorda que as senhoras fazem das ruas mercados.
Armando João e Elísio de Almeida concordam que as zungueiras abandonem o local, uma vez que a rua de acesso ao tribunal, asfaltada, não beneficia os moradores, mas sim os comerciantes que impedem a circulação de veículos.
“Era demais, as pessoas vendiam em todo o lado e não respeitavam sequer os moradores e até mesmo as autoridades. Assim está bom”, contaram os moradores.
Já o GPL, assegura que a medida surge no âmbito da estratégia do combate a venda desorganizada em Luanda traçada pelo Governo em Novembro.
Wilson dos Santos, director do gabinete de comunicação institucional e imprensa do GPL, disse ao Novo Jornal que o Governo aprovou uma estratégia para a mitigação da venda desordenada e os vendedores serão encaminhados para outros mercados.
Segundo Wilson dos Santos, este reordenamento do comércio visa também permitir que as vias, outrora obstruídas, fiquem desimpedidas.
“O reordenamento do comércio permite igualmente a desobstrução das vias que, até sábado passado, se encontravam intransitáveis devido à venda em locais inapropriados”, explicou o também porta-voz do GPL.
Quanto ao encerramento dos armazéns comerciais, Wilson dos Santos disse ser apenas provisórios, uma vez que estão ilegais.
Fonte: NJ