A petrolífera já vai no pagamento do segundo cupão. O primeiro foi realizado em Março onde pagou 6,5 mil milhões Kz aos investidores, e o segundo começou esta semana com 6,6 mil milhões.
A Sonangol já começou a pagar os juros das obrigações 2023-2028, e já vai no segundo pagamento do cupão, um ano depois de testar o mercado de obrigações corporativas na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA).
Neste segundo cupão, que começou esta quarta-feira, 18, a petrolífera estatal vai pagar 6,6 mil milhões (cerca de 7,1 milhões USD) de juros aos investidores, sujeito à retenção do imposto sobre aplicação de capitais (IAC), de acordo com as regras de tributação aplicáveis e taxas em vigor à data de pagamento. Assim, o pagamento de juros das obrigações depositadas será efectuado através da central de valores mobiliários (Código BODIVA SNLEDOFB), bem como através do código ISIN (Número Internacional de Identificação de Valores Mobiliários) AOSNLEDOFA16. Já no primeiro cupão, realizado em Março deste ano, a Sonangol pagou 6,5 mil milhões Kz, também sujeitos à retenção de IAC, tendo como agente pagador o banco. Contas feitas, a petrolífera pagou, um ano depois de emitir a primeira obrigação corporativa, 13,2 mil milhões Kz de juros aos investidores.
As obrigações são títulos de dívida negociáveis em que a entidade emitente se compromete a pagar ao detentor (obrigacionistas) um certo rendimento periódico (cupão/juro) e a reembolsar o capital. O cupão é o rendimento gerado periodicamente, por uma obrigação, o mesmo pode ser fixo ou variável. Em termos práticos, um cupão é a taxa de juro de uma obrigação.
A Sonangol emitiu no dia 14 de Setembro do ano passado as suas primeiras obrigações privadas no valor de até 75 mil milhões Kz com maturidade de 5 anos e com taxa de 17,5%. A procura pelas obrigações da maior empresa angolana, excederam a oferta em 12% já que 1.460 investidores deram ordens de subscrição válidas no valor de 83,9 mil milhões Kz, superior aos 75 mil milhões Kz emitidos pela petrolífera estatal com o propósito de pagar dívidas aos fornecedores locais em moeda nacional. Os dados publicados pela BODIVA apontam que houve um rateio de 89,31%, ou seja, por cada 100 obrigações procuradas só foi possível subscrever 89.
A justificar esta procura elevada pelas obrigações corporativas da petrolífera estatal, as terceiras obrigações empresariais a chegar ao mercado angolano, depois do Standard Bank Angola (Dezembro de 2018) e da construtora Griner (Agosto de 2023), está o facto de a Sonangol pagar uma taxa de 17,5% sobre o valor investido, superior aos juros de 15,0% oferecidos pelo Estado nos títulos de dívida pública registados no ano passado, para a mesma maturidade de cinco anos.
Para o auditor Nelmo Sebastião, os investidores poderão beneficiar ainda mais com as obrigações da Sonangol no futuro, uma vez que a petrolífera, como principal empresa petrolífera do País, opera num sector que continua a ser fundamental para a economia global, oferecendo uma base sólida para investimentos. “A Sonangol tem demonstrado consistência no pagamento dos juros, o que fortalece a confiança dos investidores”, disse o especialista, referindo que estas obrigações representam um marco importante no desenvolvimento do mercado de capitais do país. Ainda assim, segundo o auditor, os investidores devem avaliar se o retorno oferecido compensa adequadamente o risco associado ao investimento em obrigações da Sonangol, considerando factores como a estabilidade económica do País e o sector petrolífero.
Fonte: Expansão