Os taxistas querem que o novo preço das corridas seja calculado de acordo com a rota, ou seja, com a distância a percorrer, por entenderem que a medida vai acabar com a especulação, com o encurtamento de rotas e com as apreensões de viaturas por parte da Polícia Económica. As associações de taxistas já trabalham para a discussão com o Governo sobre o preço do táxi a ser aplicado em breve e descartam qualquer greve ou protesto antes de ouvirem a proposta do Executivo e esgotarem o diálogo, soube à imprensa.
A Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA), maior associação de taxistas do País, diz que os “azuis e brancos” querem novos preços consoante a rota e assegura que vai entregar nos próximos dias um mapeamento, feito em 2020, ao Executivo, e que este documento vai servir de base para a discussão do preçário do táxi, tão logo o Governo retire a actual subvenção aos combustíveis, já anunciada para Abril.
O presidente da ANATA, Francisco Paciente, disse que a associação e o Governo Provincial de Luanda trabalham na verificação das principais rotas de Luanda, sobretudo nas que são tidas como as mais problemáticas no que respeita à especulação de preço e ao encurtamento de rotas.
Segundo a ANATA, este estudo servirá de base para se encontrar os preços por rota, que as associações vão apresentar ao Governo tão logo sejam chamadas.
“Vamos apresentar esta planilha de custos com a operacionalidade dos táxis ao Ministério das Finanças”, disse a ANATA.
Conforme a ANATA, os taxistas querem novos preços segundo a carreira, ou seja, querem preços por distância e não mais um preço único, como é praticado actualmente.
O líder da maior associação de taxistas do País descartou, entretanto, a possibilidade de participarem em protestos ou de fazerem greve, sem antes apresentar a sua proposta para a discussão junto do Executivo.
A imprensa soube que durante o fim-de-semana os taxistas começaram a ouvir contribuições e pareceres de pessoas ligadas ao sector, para, junto do Governo, propor “um aumento justo”, logo após a retirada da subvenção, agendada para o final de Abril, e são de opinião que o preço de 200 kz, como deseja a população, não compensará.
Por isso, defendem uma subida do preço da corrida para 250 ou 300 k, tão logo a gasolina passe a ser comercializada aos “azuis e brancos” a 300kz, contra os actuais 160, com o restante valor a ser subvencionado pelo Estado.
Importa referir que o Governo vai deixar de subsidiar a gasolina aos taxistas. A partir de 30 de Abril, o plafond dos cartões de subsídio à gasolina será removido.
A informação consta de um despacho presidencial, como avançou à imprensa, em que é revogado o diploma de 1 de Junho de 2023, que aprovava a atribuição do subsídio à gasolina para produção agrícola, pesqueira, e para o transporte intermunicipal, inter-urbano e urbano de passageiros.
Deliberava o documento assinado em Junho do ano passado por João Lourenço que o subsídio à gasolina para a produção agrícola e pesqueira se aplicava às actividades agro-pastoris familiares, piscatórias artesanais, que dependem da utilização de máquinas, equipamentos e veículos ligeiros, com dispêndio de gasolina, no território nacional.
Gozavam, igualmente, do direito ao subsídio ao preço da gasolina os agentes económicos prestadores do serviço de transporte urbano colectivo de passageiros com veículos ligeiros, pesados e motociclos, em todo o território nacional, nas rotas intermunicipais, urbanas e interurbanas.
Fonte: NJ