A província do Uíge recebeu, no sábado, por via do Banco Angolano de Investimentos (BAI), o primeiro lote de cartões bancários, composto por 995, para a subvenção da gasolina, informou a vice-governadora para o sector técnico e infra-estruturas.
Helena Pereira adiantou ainda que os cartões vão ajudar os taxistas e mototaxistas da província a operarem sem grandes transtornos, depois da subida do preço da gasolina de 160 para 300 kwanzas.
O lote com 995 cartões foi redistribuído aos taxistas dos municípios do Uíge, Maquela do Zombo, Negage, Mucaba, Songo, Quitexe, Bembe, Bungo, Buengas e Alto Cauale. No momento, disse a governante, falta entregar aos taxistas dos municípios de Quimbele, Milunga, Sanza Pombo, Damba, Puri e Ambuíla, que estão a concluir o processo de licenciamento e consolidação de dados da fase de cadastramento massivo.
A vice-governadora entregou à administração municipal do Uíge 258 cartões, Mucaba (204), Negage (175), Maquela do Zombo (97), Quitexe (65), Alto Cauale (50), Bungo (47), Bembe (39), Songo (32) e Buengas (29).
Dentro de dias, garantiu, os restantes municípios vão também receber os respectivos cartões de subvenção com a recepção do segundo lote. Na província, referiu, foram, até ao momento, cadastrados 4.394 operadores, dos quais 2.520 já estão licenciados.
“É um processo que começou com o cadastramento e licenciamento massivo de forma gratuita e terminou no final do mês passado. Hoje estamos a entregar os primeiros cartões, para beneficiar taxistas e moto-taxistas de nove municípios. O cadastramento e o licenciamento continuam a ser feitos nas administrações municipais, mediante uma taxa, pelo que aconselhamos todos que se dedicam ao serviço de táxi à pesca artesanal e operadores agrícolas a aderirem ao processo, para poderem também beneficiar desta medida compensatória do Estado”, apelou.
Entrega ao taxistas
Depois da recepção dos 258 cartões, a administradora municipal do Uíge, Maria Cavungo, foi até ao Posto de Abastecimento (PA) de combustíveis do bairro Candombe-velho proceder à entrega formal dos primeiros para alguns mototaxistas.
Maria Cavungo disse ser necessário colocar maior celeridade no processo de entrega dos cartões de crédito para que estes voltem a cobrar o valor anterior por cada corrida solicitada. O município do Uíge, sublinhou, tem licenciados mais de mil operadores, dos quais mais de 800 aguardam pela recepção do cartão bancário.
“Hoje mesmo começamos com a entrega destes cartões para subvenção da gasolina aos moto-taxistas e vamos prosseguir com o processo até concluirmos com todos já licenciados. Os operadores de táxi vão estar mais aliviados com os gastos e, desta forma, devem manter o preço da corrida entre 150 e 200 kwanzas”, disse.
João Maurício, de 30 anos, foi o primeiro mototaxistas a receber o cartão de crédito bancário para a subvenção da gasolina. O automobilista enalteceu a decisão do Executivo em excluir os agentes do sector dos transportes do aumento do preço da gasolina. Durante o período que custeou a gasolina por 300 kwanzas, explicou, foi forçado a subir o preço da corrida.
“Desde a subida do preço da gasolina, cobrar 150 kwanzas já não era viável, para os gastos diários e o sustento das famílias. Por isso, muitos fomos forçados a alterar o valor para 200 kwanzas. Agora que possuo o cartão de subvenção, vou retornar à cobrança antiga”, salientou.
Nanivova Kiala foi outro mototaxista que recebeu o cartão de subvenção da gasolina. Com dois anos de profissão, o mototaxista, de 31 anos, disse que tem feito com frequência a rota cidade/Universidade Kimpa Vita e enquanto pagava 300 kwanzas passou a cobrar 500 kwanzas pela corrida.
“Agora já não há necessidade de continuar a cobrar 500 kwanzas até à Universidade Kimpa Vita ou 350 kwanzas até ao colégio Mandogex. Vou voltar a cobrar 250 kwanzas para reduzir também os gastos dos estudantes, uma vez que o governo está a subvencionar a gasolina para trabalharmos”, avançou.
Actos semelhantes de entrega de cartões de subvenção da gasolina aconteceram igualmente, ontem, nos municípios de Maquela do Zombo, Bembe e Songo.
Fonte: JA