A companhia diz que celebrou acordos com todos os sindicatos, incluindo o SINPROPNC, e que mensalmente tem havido reuniões para concertação e resolução de problemas e foi assinado com os sindicatos um compromisso da manutenção de um período de “paz social”, onde durante o qual não seriam conduzidas greves e manifestações.
A direcção da TAAG assegura que desde o dia 01 de Fevereiro, foram implementados aumentos salariais para os tripulantes e a todos os trabalhadores, bem como outros benefícios que estão a ser revistos e em vias de serem implementados. O conselho de administração da TAAG repudiou o acção do SINPROPNC por realizar um protesto no passado Sábado, e assegura que os mesmos feriram os regulamentos internos.
Facto que estes trabalhadores negam e denunciam ter havido “incumprimentos” ao acordo assinado com a administração da TAAG, garantindo que privilegiaram o diálogo e apenas saíram à rua “face ao silêncio” da empresa. Em comunicado de imprensa, o Sindicato Provincial do Pessoal Navegante de Cabine afirma que após as “sucessivas violações” do acordo colectivo de trabalho assinado em Novembro de 2022 com a administração da TAAG, manifestou descontentamento, verificando do lado dos gestores um “silêncio ensurdecedor”.
Segundo os tripulantes, o comunicado de imprensa da TAAG, divulgado após os protestos, a que o Novo Jornal teve acesso, está manchado de um “conjunto de inverdades”, cujo objectivo é “manchar o bom nome do Sindicato”. O SINPROPNC afirma ter enviado emails e cartas à administração e à tutela “privilegiando o diálogo como mecanismo de resolução” e diz ter havido atropelos e incumprimentos ao acordo e memorando de entendimento assinados em Novembro último.
“Houve de facto a assinatura de um memorando de entendimento entre as partes, todavia o mesmo não proíbe a classe de se manifestar”, afirma o sindicato. Entretanto, os tripulantes reclamam da falta de pagamento e controlo das ajudas de custo, descansos mínimos, insatisfação face à nova metodologia de recolha dos transportes e falta de condições no Aeroporto Internacional de Luanda. Por seu torno, a administração da TAAG assegura que existe uma solução em vigor que consiste no cartão visa pré-pago com as ajudas de custo ao pessoal navegante. Os problemas entre o conselho de administração da TAAG e sindicatos são antigos.
Em Julho do ano passado, o Sindicato dos Pilotos de Linha Aérea (SPLA ) apresentou a administração da TAAG, um caderno reivindicativo, com alguma matéria negociável, “onde estavam reflectidos os pontos que já haviam sido alvo de prévio acordo, mas que inexplicavelmente nunca foram concretizados”. Conforme o sindicato, as contrapropostas, quando surgiram, em Agosto, foram consideradas irrisórias e ofensivas, por demonstrarem o pouco valor.
Ainda em Outubro, após três dias de greve, sindicato e a companhia aérea anunciaram a suspensão da paralisação, sem, no entanto, avançarem as condições do acordo. De acordo com uma tabela salarial dos pilotos da TAAG, divulgado pelo Jornal Expansão o ano passado, um comandante de um Boieng 777 aufere um salário base de 2,7 milhões de Kwanza, que, segundo estes profissionais, é dos mais baixos no mercado da aviação. Este salário base é reforçado em função das horas de voo realizadas e de ajudas de custo. Ou seja, ao atingir 52 horas de voo, os pilotos vêm os seus salários “engordar”, com mais 840 mil Kz. Junta-se a isto, ajudas de custo de 150 USD diários, nas rotas internacionais.
Fonte: AN