O Presidente da República, João Lourenço, afirmou, este sábado, que o novo Aeroporto Internacional de Luanda vai conferir maior visibilidade internacional ao país e garantir negócios a muitas empresas, e recomendou a conclusão dos acessos à infra-estrutura.
Em declarações à imprensa, no fim de mais uma visita de constatação sobre o grau de execução das obras do Novo Aeroporto, que recebeu o nome do primeiro Presidente da República, Dr. António Agostinho Neto, João Lourenço reforçou que, com a nova infra-estrutura, Angola passará a ser mais conhecida. “O Novo Aeroporto será a sua principal porta de entrada e de saída”, destacou.
Localizado na zona de Icolo e Bengo, o novo Aeroporto, cujas projecções apontam para um aumento exponencial de 15 milhões de passageiros por ano, João Lourenço disse que esta cifra vai representar, na sua altura, mais receitas tanto para os cofres do Estado, como para as companhias aéreas que vão operar na plataforma.
Para o Chefe de Estado, com o Aeroporto Dr. António Agostinho Neto, o país ganha, em todos os domínios, com realce para os sectores da economia e turismo. “Ganham os que têm produtos para exportação, assim como os produtores de flores e hortícolas”, referiu. Adiantando: “Estamos a trabalhar não apenas para concluir as obras físicas, mas, também, para fazer coincidir a conclusão com os certificados que são necessários para que o Aeroporto possa operar”, esclareceu. Referindo-se aos certificados de instituições competentes como a ICAO.
O Presidente João Lourenço fez-se acompanhar pelo ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, do ministro de Estado e chefe da Casa Civil, Adão de Almeida, do ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, e pela ministra de Estado para a Área Social, Dalva Ringote.
Depois de percorrer o terminal principal do novo Aeroporto de Luanda, João Lourenço, que se mostrou bastante optimista, disse crer que, por altura da inauguração, todas as condições vão estar criadas para operar a importante infra-estrutura, designada uma imponente obra da engenharia de construção civil virada para o ramo da aeronáutica.
Quanto aos acessos para o Novo Aeroporto, o Presidente da República sossegou os ânimos, fazendo saber que é uma preocupação do Executivo. “Deixei orientações muito precisas aos vários sectores que têm a ver com as garantias de acesso a este aeroporto, nomeadamente o sector da construção e transportes”, pontualizou, acrescentando que o volume de passageiros será muito grande, e, com os actuais acessos, “havíamos de criar grandes constrangimentos, e não é isto que pretendemos”.
“Acabamos de realizar mais uma visita a esta importante infra-estrutura. Ficamos com maior garantia que teremos o Novo Aeroporto Internacional de Luanda no próximo ano”, frisou João Lourenço.
Ministro dos Transportes
O ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, disse que, neste momento, estão a tratar de pequenos acabamentos, como, por exemplo, concluir alguns aspectos dos equipamentos.
O Novo Aeroporto não é somente a aerogare e as pistas, referiu, a propósito, sublinhando que há um conjunto de outras especialidades e equipamentos que são necessários para o seu funcionamento.
Ricardo de Abreu disse estar convencido que, entre Abril a Maio do próximo ano, “vamos ter pessoas a trabalhar nas instalações do Novo Aeroporto Internacional de Luanda, Dr. António Agostinho Neto, a tempo integral”. Referiu que, nessa altura, o Aeroporto vai apresentar outra organização, em termos de acabamento do projecto, no quadro da sua operacionalização, que incluirá os voos de passageiros no final de 2023.
No que toca a outros serviços, o ministro explicou que, neste aspecto, existem duas questões. A primeira, que tem a ver com os serviços conexos ao Aeroporto, que precisam estar operacionais até à sua activação e personalização. E a segunda, que está relacionada com um outro projecto, em que já se está a dinamizar os seus meios.
Em relação à futura cidade aeroportuária, Ricardo de Abreu disse estar convencido que vai “ser a grande smart city do nosso país”. O Executivo, disse, espera que o envolvimento com o sector privado seja total, por não existir qualquer pretensão de liderar este processo, ao nível dos órgãos públicos. “Estamos a criar as condições de facilitação, para que o sector privado ocupe este espaço de forma ordenada, organizada e sustentada, para termos um Aeroporto moderno, que nos orgulhe a todos”, frisou o ministro.
Transferência do aeroporto
Quanto ao processo de transferência do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro para o Dr. António Agostinho Neto, Ricardo de Abreu explicou que é um processo multidisciplinar, que envolve os vários agentes intervenientes do sector, desde a autoridade da Aviação Civil, as próprias companhias aéreas e o operador do Aeroporto, no caso a SGA.
Assim, a transferência é um procedimento complexo, segundo o ministro, e que deve arrancar no início ou meados do próximo ano, para permitir que as próprias companhias aéreas se organizem, ao nível do Aeroporto. Isto, o processo observa que se estabeleçam horários e a criação de condições físicas de trabalho. “Há, aqui, um trabalho muito complexo a ser realizado, que vai durar o seu tempo, no quadro do processo de transição e certificação do Novo Aeroporto”, disse o ministro dos Transportes.
Confrontado sobre as construções anárquicas ao redor do Novo Aeroporto de Luanda, o ministro Ricardo de Abreu explicou que foram evacuadas as populações e demolidas algumas casas, afirmando que a situação está acautelada.
Neste momento, continuou, estamos a tentar responder à carência e à necessidade dessas populações, em particular de habitabilidade, e promover a edificação de um bairro, com base no modelo de autoconstrução dirigida.
O mesmo terá infra-estruturas, como mercados e escolas, entre outras.
Torre de Controlo do aeroporto será personalizada
Durante a visita de constatação, o Presidente da República mostrou-se entusiasmado com a apresentação de alguns projectos para o novo Aeroporto Internacional, com destaque para a personalização da Torre de Controlo.
Enquanto recebia explicações sobre o projecto, o engenheiro civil e coordenador do Gabinete Operacional do Novo Aeroporto Internacional de Luanda, José Paulo Nóbrega, disse que há uma ideia diferente para a Torre de Controlo. “Queremos fazer uma Torre que não exista no mundo, para homenagear a mulher angolana, que é um pilar da nossa sociedade”.
Em relação a isto, “lembramo-nos de pintar a Rainha Njinga e trazer um manto que represente aquilo que é o nosso país”, frisou o engenheiro. Acrescentou, com mais detalhes, que o manto tem um pouco de tudo, nomeadamente da “nossa agricultura, dos nossos pássaros, riqueza, algumas aves e a Welwitchia Mirabilis”.
A ideia foi bem acolhida pelo Presidente da República. O projecto da futura torre de Controlo do Novo Aeroporto foi desenhado por quatro artistas que se disponibilizaram de voluntariamente. “Fiquei agradavelmente surpreendido com o entusiasmo do Presidente, que, a seguir, orientou para se continuar até ao final do projecto”, aflorou.
O engenheiro explicou que a personalização da Torre tem a ver com a dissipação da grande preocupação que as pessoas têm manifestado, ao longo do tempo, quando tomam contacto com a infra-estrutura. “Durante a visita ao Aeroporto, as pessoas não conseguem identificar se estão num aeroporto em Angola ou noutro país, por não haver registos ou elementos que nos identifiquem”, explicou.
José Nóbrega lembrou que um dos grandes desígnios com o novo Aeroporto é o aumento do tráfego, fazendo saber que, para isso, “precisamos de turistas. Surgiu, então, o desafio de, enquanto angolanos, “mostrarmos às pessoas que visitam o Aeroporto a nossa angolanidade. A ideia seria, a partir do momento em que as pessoas aterram em Angola, começarem a sentir um pouco aquilo que somos, porque é o que nos distingue de forma muito positiva dos outros povos”, frisou.
Para este desafio, o Gabinete Operacional do Novo Aeroporto está a trabalhar com a Universidade António Agostinho Neto, com quem celebrou um Protocolo para identificar os animais e espécies vegetais existentes na fauna e flora nacional.
Tendo em conta as projecções de se chegar a uma frequência de 15 milhões de passageiros por ano, o engenheiro disse que pretendem criar espaços para que artistas da arte contemporânea possam expor e vender no novo Aeroporto.
Fonte: JA