O Presidente da República foi à Cimeira do Futuro defender de forma clara que muito já foi feito mas muito mais está para fazer e que essa caminhada, que se destina a salvar o futuro da Humanidade “sem deixar ninguém para trás”, consiga os recursos financeiros necessários.
João Lourenço, numa curta intervenção, aproveitou o púlpito da Cimeira do Futuro, onde foi desenhado e aprovado um novo “Pacto para o Futuro”, para vincar clarmente que sem meios não se conseguem atingir os fins ousados que agora foram aprovados.
E foi nesta senda que disse ser a sua convicção que este “compromisso político” é um contributo decisivo para que “o mundo consiga reunir os recursos necessários ao financiamento para o desenvolvimento sustentável e aos esforços de construção de uma nova arquitectura de paz”, tendo sempre no centro da abordagem “a defesa dos direitos humanos, da igualdade do género e do imperativo de não se deixar ninguém para trás”.
Disse mesmo ser uma “cimeira crucial” para dar novo vigor ao multilateralismo de forma a “estarmos melhor preparados para enfrentar os novos desafios mundiais e riscos emergentes”.
“A adopção do `Pacto para o Futuro” representa, sem sombra de dúvida, um verdadeiro ponto de viragem para uma abordagem mais dinâmica, mais comprometida, mais engajada e assertiva de questões importantes para a Humanidade”, apontou.
João Lourenço preconizou ainda, tendo em pano de fundo um continente africano onde a maioria da população é jovem, a mais jovem do mundo, que essa mesma juventude “não pode ficar de fora” bem como as mulheres, “que são motores vitais de transformação e modernização da Humanidade”.
“Como todos nós podemos verificar, o Pacto para o Futuro oferece uma oportunidade para uma participação mais activa, significativa e actuante dos jovens e das mulheres na tomada de decisões a todos os níveis”, acrescentou em defesa do documento aora aprovado em Nova Iorque, no âmbito da 79ª Assembleia-Geral da ONU.
João Lourenço vincou ainda a urgência de combater a pobreza, condição essencial para a “construção de um futuro sustentável para todos”, destacando que esse combate deve abranger a pobreza “em todas as suas formas e dimensões”.
Destacou a pobreza extrema, que considerou ser “o maior desafio global do nosso tempo e um requisito indispensável para alcançar o desenvolvimento sustentável” mas também a segurança alimentar, o acesso à energia, a conectividade digital, a educação, o emprego e a protecção social.
“Não podemos realizar as nossas ambições comuns para o futuro e enfrentarmos este grande desafio sem colocarmos as pessoas mais pobres e vulneráveis no centro das nossas acções e garantirmos, desta forma, que nenhum ser humano ou país fiquem para trás”, sublinhou.
Apontou igualmente a atenção para o domínio da paz e da segurança, defendendo “uma arquitectura de paz em que o princípio da segurança partilhada seja defendido e protegido por todos, de modo que nenhum cidadão, Estado, região ou zona geográfica, se sinta protegida à custa da insegurança de outros”.
“A República de Angola defende que não é possível construir-se um mundo equilibrado, seguro e sustentável, em que a dignidade e o acesso às oportunidades sejam um benefício exclusivo de um pequeno grupo de privilegiados, em detrimento da maioria da população mundial”, enfatizou.
“Defendemos igualmente a necessidade de se alcançarem consensos sobre a reforma da arquitectura financeira mundial e da arquitectura da dívida soberana mundial, sendo isso crucial para que tenhamos um sistema financeiro internacional mais justo e capaz de servir também os interesses dos países em desenvolvimento”, disse.
“Angola tem feito, nos últimos tempos, uma aposta decisiva e responsável na questão da transição da economia, para a digitalização de todos os processos que a envolvem”, disse.
“Estamos convencidos de que, ao darmos este passo, colocaremos as nossas populações e instituições mais próximas e vinculadas aos mecanismos mais modernos de interconexão global da economia e do comércio, reduzindo assim as barreiras geográficas que a economia tradicional impõe”, disse.
“Gostaria de terminar manifestando a esperança de que a Cimeira do Futuro contribua para que haja uma maior coordenação na governação económica global, tendo em vista a redução das desigualdades entre os Estados e a promoção de um desenvolvimento sustentável e sustentado, que resolva os problemas da pobreza, da fome, da desnutrição, da insegurança e de outros males que afectam a sobrevivência das populações mais vulneráveis em todo o mundo”, concluiu.
Fonte: NJ