A morte do cantor Justino Handanga, ocorrida hoje, segunda-feira, por doença, em Luanda, deixou os colegas consternados, referindo que perdeu-se uma figura incontornável da música angolana.
Em declarações à imprensa o músico Dom Caetano refere-se ao falecido como um colega e companheiro humilde, completo, com grandes composições.
Para si, Handanga era uma figura ímpar que deixou um legado importante à música angolana. “Era simples e amigo de todos”.
Dom Caetano o recorda como uma das figuras mais importantes das músicas angolana das últimas décadas. “É mais novo que eu, mas ainda assim foi referência no mercado, pelo legado deixado às gerações vindouras”.
Acrescentou que foi um dos músicos que soube representar a província do Huambo e elevado a região sul em termos de musicalidade e, consequentemente, elevar país.
Lembrou os momentos em que partilhou o palco com Justino Handanga. “Saudades desse tempo. É de facto lamentável, perdemos um austro da musica”.
Caracterizou como homem de boa índole, de poucas palavras e despido de preconceitos.
Nas suas músicas, frisou Dom Caetano, Justino Handanga apela a paz, a unidade e a reconciliação nacional.
Por sua vez, o cantor Lulas da Paixão, disse que a notícia da morte do colega o deixou surpreso. Em lágrimas e quase sem palavras, lamentou o infausto acontecimento.
“É uma perda sem igual, em especial porque o cantor ainda tinha muito a dar. Foi um grande homem, lidava bem com todos. Este ano estamos a perder muitos músicos, principalmente os do estilo semba”, frisou.
Já o músico e compositor, Lil Saint disse tratar-se de uma perda irreparável para cultura nacional porque o autor do sucesso “Paulina” tinha um estilo muito próprio.
Porém os seus feitos continuarão, pois as suas músicas são intemporais.
No seu entender, trata-se de um músico “de grande dimensão”, com musicas impactantes
Lembrou que o músico cantava, encantava e prendia a atenção de todos. “Os fãs cantavam e vibravam com as suas canções”.
Para Lil Saint, a cultura perdeu um dos ícones da musica angolana nacional, pois as suas musicas dominavam o país inteiro.
Disse ter conhecido Justino Handanga como alguém sempre bem-disposto e, por isso, manifestou-se triste por ter falecido muito novo, quando ainda tinha muito para dar. “É uma perda irreparável, ainda estou incrédulo”.
Lembrou os momentos em que partilhou o palco com Justino Handanga. “Saudades desse tempo. É de facto lamentável, perdemos um austro da musica”.
“O músico foi um homem de boa índole, de poucas palavras, e despido de preconceitos, Actualmente já não temos músicos no Huambo capazes de representar o lençol musical desta dimensão”
Justino Handanga nasceu a 1 de Janeiro de 1969, na aldeia de Ndoluka, comuna da Luvemba, município do Bailundo, província do Huambo.
Possui dois discos no mercado musical, sendo o primeiro “Ondjonguele Ya Telisiwã (Alvo Atingido) ”, lançado em 2004 e o segundo “ Homenagem ao empresário Valentim Amões”, lançado em 2011.
Participou, em 2005, da 15ª edição do Top dos Mais Queridos da Rádio Nacional de Angola, ficando em 3° lugar, com a conhecida música “Paulina” e, em 2006, ficou em 5° lugar.
Músico do estilo popular, iniciou a carreira musical na década de 80, após ter perdido os seus progenitores, aos cinco anos, com a participação no concurso denominado “Pio-Pio”, realizado aos domingos pela Organização de Pioneiros Agostinho Neto (OPA), no município do Bailundo, onde imitava músicos nacionais e internacionais.
O autor dos sucessos como “Ndumbalundo”, “Olonamba”, “Tenho saudades”, “Paulina”, “Carlito” e “Abílio”, ingressou nas fileiras da Polícia Nacional de Angola no dia 10 de Outubro de 1992, após cumprir o serviço militar nas antigas FAPLA.
Fonte: Angop
