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Luaty Beirão “recolhido” pela polícia depois de tentativa de manifestação junto à Assembleia Nacional

Ativista escreveu no Twitter que tinha sido “recolhido por uns polícias simpáticos” ao tentar manifestar-se junto ao parlamento, em Luanda. Dois jornalistas da Lusa foram levados para outra esquadra.

Luaty Beirão foi detido, esta quinta-feira, quando tentava manifestar-se junto ao portão sul da Assembleia Nacional, em Luanda, onde decorria a primeira reunião plenária de 2020. Foi o próprio que anunciou o sucedido no Twitter.

“Tentativa de manifestação abortada no portão sul da Assembleia Nacional. Fui recolhido por uns polícias simpáticos e estou agora a passear com eles no patrulheiro. Não sei para onde vamos, mas estamos em amena cavaqueira. Detido? Não sei”, escreveu o ativista angolano.

Mais de dez pessoas foram detidas, incluindo dois jornalistas da Agência Lusa

O ativista e rapper foi um dos mais de dez indivíduos detidos, que tencionavam protestar a favor das autarquias angolanas. Entre estes contavam-se o coordenador do Projeto Agir, Fernando Gomes, e o responsável da Plataforma Cazenga em Ação (PLACA), Scoth Kambolo. Ao chegar à esquadra, Kambolo afirmou: “Um dia venceremos”. Dois jornalistas da Lusa foram igualmente levados pelas autoridades sob o pretexto de que “não poderiam reportar o ato”.

De acordo com a Agência Lusa, pelas 8h30, já um forte cordão policial preenchia as principais vias de acesso à Assembleia Nacional, no centro de Luanda, e zonas adjacentes. As pessoas que ali circulavam foram revistadas. Mais de dez jovens foram empurrados para dentro de uma viatura e transportados até à segunda esquadra, no Bairro Operário, depois de terem sido detidos pela polícia, impossibilitados de se concentrarem e de caminharem até ao portão sul do parlamento.

Jornalistas da Lusa foram libertados sem quaisquer explicações

Já os repórteres da Agência Lusa foram inicialmente levados para a quarta esquadra, a 600 metros da Assembleia Nacional, e depois para a segunda, onde foram identificados por um agente da polícia local, que lhes perguntou o nome, a função e a empresa para a qual trabalham. Depois de aguardarem na sala de espera durante mais de meia hora, foram libertados sem quaisquer explicações.

Na altura da detenção, vários agentes disseram que os jornalistas não podiam reportar o ato e que teriam de os acompanhar porque não podiam estar a filmar.

O Comando Provincial da Polícia Nacional de Luanda remeteu explicações para mais tarde.

A manifestação agendada para esta quinta-feira foi promovida por várias organizações cívicas com o objetivo de protestar “contra os vícios que enfermam o pacote legislativo autárquico”.

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