As empresas do sector público deixaram de entregar cabazes aos colaboradores em 2017, com o aperto da crise económica. Nem mesmo vales de compras, que se tornaram alternativa, serão ofertadas aos funcionários. Empresas como Ecoserv, Megáfrica e Multiáfrica mantêm aposta na venda de cabaz.
Já lá vão os tempos em que algumas das principais empresas estatais, como a Sonangol, BNA, TAAG e Endiama, brindavam os seus trabalhadores com cabazes de Natal “chorudos”.
Agora cada um compra o seu e à medida do que tem no bolso, nos supermercados e empresas que tradicionalmente compõem cestas para a época. Empresas como a Ecoserv, Megáfrica e Multiáfrica, mantêm a aposta na venda de cabazes, aliás faz parte do seu core business.
Mas alguns supermercados continuam a afastar-se do negócio dos cabazes, por haver “uma fraca procura”, disse à imprensa o gestor de um supermercado em Luanda, que deixou de apostar nos cabazes há dois anos. Outros mantém uma aposta em variedades menores e mais baratas, que têm em conta o poder de compra da maioria da população.
Na ronda que à imprensa fez foi possível encontrar cabazes que atendem a todas necessidades e a todas as camadas sociais. É o caso do cabaz Ex-Libris Signature, o mais caro do mercado, que custa 22,1 milhões Kz, equivalente a 27 mil USD ao câmbio actual.
Este cabaz, que é comercializado pela Ecoserv, empresa tradicional e que mantém a aposta neste segmento, tem garrafas de whisky velho James Martin”s, de 32 anos, que custa, em alguns supermercados de Portugal, à volta de 390 EUR, aproximadamente 350 mil Kz. O cabaz tem mais de 50 garrafas de bebidas, desde vinhos a conhaque passando por espumantes e champanhe, além do cesto alimentar e outros produtos próprios da época. Oferece ainda um computador iMac da Apple. A segunda proposta entre os mais caros é também da Ecoserv, empresa detida por Nazir Sadru Din e Azim Mahamade Sadrudin, portugueses de origem moçambicana. O cabaz baptizado de Ex- -Libris Gourmet custa 13,7 milhões Kz. Com oferta de um Macbook Air da Apple e uma garrafeira climatizada. E o pódio dos mais caros encerra com o cabaz Pensador da MultiÁfrica, num valor 8,5 milhões Kz. Este cabaz aposta, além da diversidade de bebidas, numa gama de produtos alimentares e doces de Natal.
Mas também há cabazes que custam 13 mil Kz, uma oferta do supermercado Candando, que já teve uma posição forte no negócio dos cabazes, mas este ano traz apenas três variedades, com o mais caro a custar 55 mil Kz.
O segundo cabaz mais barato do mercado é Bronze, do supermercado Mangolê, no valor de 22 mil Kz, por cesto. A seguir o cabaz alimentar do Candando, que custa 27 mil Kz.
Nem cabaz nem vales de compras
Os vales de compras que são (eram) vendidos pelos supermercados e que surgiram como alternativa menos “dispendiosa” para evitar o vazio de uma tradição que as sucessivas recessões económica está a fazer desaparecer também começa a rarear.
Antes de 2017, os cabazes, além de proporcionarem “mesa farta” aos trabalhadores das grandes empresas públicas do País, também davam margens a negócios de milhões às empresas fornecedoras, já que eram produtos importados em moeda estrangeiras e faziam render alguns milhões de dólares a quem os transaccionava.
Nos dias de hoje, apenas os directores, subdirectores e chefes de divisão recebem cartões de compras, no entanto não são exclusivos do mês de Dezembro, “é uma regalia a que têm direito todos os meses do ano”, à semelhança do que acontece noutras empresas do sector público, de acordo com fonte da imprensa junto da companhia aérea nacional, a TAAG.
Fonte: Expansão