Decorridos 24 dias sobre o fim da segunda fase da greve, o Executivo ainda não voltou a chamar as centrais sindicais para juntos encontrarem soluções que permitam um entendimento, mas chamou as associações representativas dos empregadores para auscultá-las sobre a fixação do salário mínimo, mas sem avançar valores nem datas para a sua implementação. Os sindicatos estão já a preparar o terreno para a nova vaga de protestos no mês de Junho.
As centrais querem que o Governo fixe um salário mínimo nacional na ordem dos 100 mil kwanzas, mas o Governo diz não ter condições para o efeito, embora não tenha apresentado às centrais qualquer proposta negocial.
Antes da greve, as três centrais defendiam uma revisão salarial na função pública na ordem dos 250 mil kz, mas antes da primeira paralisação geral, no mês de Março, reduziram para os 100 mil, e, mesmo assim, o Executivo não se mostrou receptivo.
Decorridos 24 dias sobre o fim da segunda fase da greve, à imprensa contactou as centrais para saber como andam as negociações com o Governo, mas a resposta foi que “desde o fim da greve, a 30 de Abril, o Governo não chamou as centrais para voltarem à discussão sobre o assunto e evitar uma terceira paralisação geral”.
Entretanto, os sindicatos dizem estar disponíveis para voltar à mesa das negociações, mas lamentam de antemão o silêncio do Governo, 24 dias após a função pública retomar a actividade laboral, com normalidade, após cumprirem uma semana de greve em finais de Abril.
As centrais sindicais dizem que a luta é de todos e apelam aos trabalhadores para não aceitarem que líderes sindicais, em nome de interesses pessoais, impeçam a realização da terceira fase da greve.
No Dia Internacional do Trabalhador, 1 de Maio, o Governo assegurou estar a preparar-se para, a curto prazo, aprovar o salário mínimo nacional, “conforme as deliberações que forem tomadas” no Conselho Nacional de Concertação Social, sem apontar uma data concreta para este aumento desejado pelas centrais sindicais.
O Executivo, através do MAPTSS, diz estar aberto ao diálogo, mas continua a não haver entendimento com as centrais sindicais para um acordo.
Segundo as centrais, os protestos não vão parar até que o Executivo aceite o aumento do salário mínimo nacional.
O Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social disse ter resolvido 80 por cento das revindicações do caderno reivindicativo das centrais sindicais, mas os sindicatos, por sua vez, refutam estas afirmações.
A imprensa soube que o MAPTSS reuniu, entre os dias 16 e 23, com as entidades representativas dos empregadores para auscultá-las sobre a fixação do salário mínimo nacional, mas sem avançar valores e datas para a sua implementação.
Em comunicado de imprensa divulgado, o MAPTSS informou que os encontros decorreram na véspera da antecâmara da realização do Conselho Nacional de Concertação Social e que estiveram presentes representantes da Associação de Empresas de Comércio e Distribuição Moderna de Angola (ECODIMA), Associação de Pesca Artesanal, Semi-Industrial e Industrial de Luanda (APASIL), Federação das Mulheres Empreendedoras de Angola (FMEA), Associação Agro-Pecúaria de Angola (AAPA), Federação Nacional das Cooperativas Pecuária de Angola (FENACOOPA), Grupo Técnico Empresarial (GTE), Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola (ATROMA), Associação das Indústrias de Bebidas de Angola (AIBA) e a Associação Industrial de Angola (AIA).
Fonte: NJ