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FMI diz que Angola está na via da recuperação económica prevendo maior crescimento e menor inflação

O Fundo Monetário Internacional traçou hoje uma visão de boa recuperação da economia angolana “apoiada pelo aumento de preços de petróleo, melhoria na produção de petróleo e actividade resiliente não petrolífera”.

Num comunicado sobre as consultas bilaterais previstas no artigo IV da organização, o FMI disse que o crescimento para este ano deverá ascender aos 3,5% prevendo também uma queda na inflação de 13,8% para 12,3%. O crescimento deverá atingir os 4% “a médio prazo” e a inflação “deverá continuar na sua via gradual de declínio atingindo o um digito em 2024”.

O FMI alerta contudo para os perigos de”uma queda maior do que esperado dos preços do petróleo e renovadas pressões nos preços globais de alimentação bem como condições metereológicas adversas que tenham impacto no sector agrícola” O comunicado faz notar que “o orçamento de 2023 prevê o recomeço de ajustamento fiscal o que é necessário para se alcançar os objectivos fiscais e de dívida das autoridades a médio prazo e para protecção contra vulnerabilidades da dívida”.

O FMI fez ainda notar que apesar de gastos de capital maiores do que previstos no orçamento em 2022 e custos maiores do que previsto nos subsídios de combustíveis , “o rácio de divida pública para o PIB caiu em 17,5% do PIB para uma estimativa de 66,1% do PIB”, quando o ano passado era de 83,6% do PIB. Este ano essa dívida pública deverá continuar a cair para 64,1% do PIB sendo a divida do governo central estimada para este ano em 59,5% do PIB contra 60,8% o ano passado.

“Estima se que a conta corrente permaneça com um grande excedente em 2022 enquanto as reservas cambiais permaneceram adequadas”, diz o comunicado Dados estatísticos publicados juntamente com a declaração indicam que as reservas cambiais de Angola deverão este ano aumentar ligeiramente de 14.479 milhões em 2022 para 14.769 milhões, o suficiente para cobrir 6,4 meses de importações.

O FMI saudou “o empenho das autoridades em reformas do sistema de subsídios de combustíveis quando as condições o permitirem “ e “encorajaram” o governo a acelerar “o programa de transferência monetária”, uma aparente referencia ao programa Kwenda de apoio às famílias mais pobres.

O FMI disse ser necessário “implementar a restante legislação secundária necessária para se aplicar totalmente a Lei das Instituições Financeiras, incluindo planeamento de recuperação e planeamento bancário”.

O FMI sublinhou “a importância de se adoptar uma abordagem mais global em fazer face a bancos problemáticos”, acrescentando que os esforços para se resolver a questão dos empréstimos não pagos “devem continuar”.

A organização sublinhou ainda “a necessidade de se continuar com reformas fortes pois as reformas estruturais serão essenciais para se diversificar a economia angolana e alcançar crescimento inclusivo e sustentável”, sublinhando a este respeito a necessidade de se aumentar “o acesso ao crédito privado”.

Para o FMI é também necessário “fazerem –se mais progressos no fortalecimento da governação, transparência ….(e) melhorar o ambiente de negócios e promover o investimento privado”. Neste contexto o FMI encoraja a “publicação dos relatórios auditados dos gastos da COVID”.

Fonte: AN

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