Após o governo anunciar que Angola iria receber oito mil elefantes ofertados pelo Botswana para o repovoamento dos parques nacionais do Cuando Cubango, especialistas alertam que Angola não tem condições para receber os animais, destacando que podem até surtir efeitos nocivos na vida das famílias mais vulneráveis.
A informação sobre a oferta foi avançada durante uma visita de Estado, feita no último final de semana ao Botswana. Porém, o presente não tem sido visto de forma consensual em Angola e especialistas afirmam não haver guaridas para acolher os oito mil animais.
“Há que se entender quais os benefícios [de receber os animais], porque os elefantes têm o seu habitat natural, e eles, a seu tempo, viajam em manadas e oxalá que isto depois não venha a ter consequências para o nosso país, tendo em conta o número de fiscais ambientais”, adiantou o ambientalista angolano Manuel Alberto Camuenho a DW.
Sendo assim, especialistas ambientais apelam a criação de condições necessárias para que contenha a caça furtiva e que se tenha como prioridade a resolução dos problemas sociais que o país enfrenta.
“Se nós temos défice de alimentação, temos défice de desenvolvimento da agricultura que faz parte da economia social. Nós não temos agricultura favorável e prestável, dependemos de outros países. Com estes elefantes cá em Angola, não é possível, porque vai criar instabilidade aos fazendeiros e agricultores que vivem do autossustento”, disse o especialista Pedro Paka a DW.
Fonte: DW/AR