O município de Mavinga, na província do Kuando-Kubango, está a ser invadido, nos últimos dias, por grupos de garimpeiros de diamantes, nacionais e estrangeiros, que nas localidades do Rio Lomba, Cubia, Luangundu e Kapembe, estão a explorar de fora ilícita, a par dos diamantes, outros minerais. As forças de defesa e segurança na região dizem-se sem meios para contrapor a situação.
A denúncia foi feita pelo administrador de Mavinga, Bernabé Luís Baptista, que assegurou que a Operação Transparência, levada a cabo pela Polícia Nacional (PN), não tem surtido efeito suficiente.
Em declarações à Kuando-Kubango, do grupo RNA, Bernabé Luís Baptista justificou que a ineficácia da Operação Transparência na região com o escasso número de efectivos.
Segundo o dirigente, há também falta de meios, como transportes, para auxiliar as forças de defesa e segurança.
Ainda assim, prossegue o administrador municipal, os efectivos das forças de defesa e segurança têm feito muito para conter a situação.
Entretanto, à imprensa soube que na comuna do Caiundo, que dista a 135 quilómetros da cidade de Menongue, há vários relatos de garimpo do metal líquido mercúrio e de minerais.
Segundo relatos, cidadãos estrangeiros de várias nacionalidades, com maior incidência para os da República Democrática do Congo (RDC), Serra-Leoa, Nigéria e Mauritânia, são os grandes compradores de diamantes, e também os líderes dos grupos de garimpeiros.
Quanto aos nacionais, a maioria dos garimpeiros são provenientes das províncias da Lunda-Norte e Sul, que entram para o município de Mavinga a partir da província do Moxico, que faz fronteira com esta localidade.
Garimpo de diamantes é um velho problema em Mavinga
A prática de exploração ilegal de diamantes é um velho problema na localidade de Mavinga no Kuango-Kubango. Em 2020, o então governador provincial, Júlio Bessa, mostrou-se preocupado com os relatos de populares e prometeu realizar um trabalho conjunto com os efectivos dos ministérios dos Recursos Minerais e Petróleos e do Interior, para tomar as devidas medidas.
Na ocasião, o governante disse ter conhecimento da exploração ilegal e de “muita coisa” na região e considerava urgente um combate cerrado às práticas ilícitas que prejudicam a economia do País e da província.
“Temos uma província com um território muito extenso, com cerca de 200 mil quilómetros quadrados, sendo a segunda maior província do País depois do Moxico, e as pessoas aproveitam-se das falhas de fiscalização para fazerem a exploração ilegal de recursos minerais em locais isolados”, disse na altura o governante.
A província do Kuando-kubango é potencialmente rica em recursos minerais, com destaque para os diamantes, cobre, ouro, bronze, quartzo e ferro.
Sobre este assunto, à imprensa tentou ouvir explicações da Polícia Nacional, mas não obteve sucesso.
Fonte: NJ