A República Popular da China não é o maior credor do continente africano, revelou, este sábado, em Pequim, Wang Chao, porta-voz da primeira sessão do 14º Congresso Nacional do Povo, em conferência de imprensa, realizada momentos antes da abertura do ano legislativo, prestigiado pelo Presidente Xi Jinping.
O também deputado que respondia a uma das muitas questões, sobre a relação China-África, colocadas por jornalistas africanos presentes em Pequim, no âmbito do programa sobre cobertura de eventos da política interna e externa do país, organizado pelo Centro de Imprensa Internacional Chinês (CIPCC), fez questão de esclarecer que os dados do Banco Mundial “mostram que quase três quartos da dívida externa de África” vem de instituições financeiras multilaterais e credores comerciais.
Wang Chao considerou, por isso, ser errada a tese de que a China está a criar “armadilhas de dívida” no continente africano, frisando que o “gigante asiático” sempre se comprometeu em ajudar os países de África a aliviar o “fardo da dívida”.
O porta-voz do Parlamento chinês acrescentou, por outro lado, que o país liderado por Xi Jinping sempre defendeu a promoção de políticas externas que visam “o desenvolvimento comum”, sublinhando que o Governo “cumpre os princípios básicos do direito internacional”, bem como as normas das boas relações internacionais, e se posiciona firmemente contra as práticas de “jurisdição de braço longo”.
Revelou, ainda, que fruto de uma iniciativa denominada “Cinturão e Rota (BRI)”, mais de 150 países e 30 organizações internacionais assinaram documentos que lhes permite beneficiar de uma plataforma de cooperação bem-vinda pela comunidade internacional.
Vinte jornalistas estrangeiros, recorde-se, entre os quais de países africanos, incluindo Angola, foram seleccionados de um total de 68 profissionais da classe para testemunhar, ontem, a sessão de abertura da Assembleia Nacional da China, de inauguração do ano legislativo.
Nesta segunda-feira, os profissionais dos órgãos de comunicação social cumprem uma agenda de trabalho enquadrada no plano de formação e de coberturas jornalísticas sobre a política interna e externa da China.
O programa inclui visitas a infra-estruturas e instituições de relevância no processo de desenvolvimento do país, com destaque para o metro mais rápido do mundo (TGV), considerada uma das maiores invenções engendradas pelo “gigante asiático”.
Fonte: JA