A sessão de julgamento do conhecido “caso Laurindo Vieira” prossegue hoje, 4, no Tribunal de Comarca de Belas, no Benfica, em Luanda, depois de um período de suspensão, com o interrogatório aos declarantes no processo, entre eles os seguranças do banco, apurou à imprensa.
No mês passado, aquando dos interrogatórios dos acusados, os arguidos negaram ser os autores da morte do professor, na via pública, em Janeiro deste ano, na zona do Patriota, no município do Talatona, afirmando que apenas assumiram a culpa sob forte coação e ameaças de morte por parte dos efectivos do Serviço de investigação Criminal (SIC).
Esta quarta-feira, o tribunal vai ouvir os declarantes, considerados uma peça-chave para a descoberta da verdade material, e entre eles estão os seguranças da agência bancária onde o académico Laurindo Vieira se terá deslocado para fazer levantamento de dinheiro.
Entretanto, os suspeitos afirmaram que não foram eles os autores da morte do então reitor da Universidade Gregório Semedo, argumentos que o Ministério Público (MP) entende serem manobras delatórias para tentarem esquivar-se da responsabilidade criminal. No entanto, o tribunal convocou os agentes do SIC para esclarecer os factos na condição de testemunhas.
Em tribunal, os acusados dizem que os agentes da SIC os maltrataram e os obrigaram a assumir a culpa da morte do professor Laurindo Vieira.
“Os agentes do SIC bateram com muita força à minha porta, esbofetearam-me e fizeram vários disparos de arma de fogo, em frente da minha família. Sem mandado de captura, e sem saber as razões da minha detenção, fui levado para um lugar que parece secreto, na Centralidade do Kilamba, a que eles chamam Floresta, onde me acusaram de ter matado o professor e disseram que iria morrer por envenenamento”, disse o arguido Adriano Júnior “Mula”, de 33 anos.
Em tribunal, os três principais arguidos no processo, de um conjunto de seis acusados, negam ter feito o que reza a acusação do MP.
Questionados sobre como assinaram o auto de instrução preparatória, estes disseram que foram obrigados a aceitar a história sob fortes ameaças de morte.
A imprensa sabe que no processo-crime está arrolada como arguida a caixa da agência do BIC, na Rua do Patriota, que atendeu o professor Laurindo Vieira antes do assalto que terminou na sua morte, soube o Novo Jornal junto de fontes ligadas ao processo.
Fonte: NJ