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Carlos Feijó poderá tornar-se no maior accionista do BFA

A Gemcorp e o Grupo Carrinho têm que apresentar, até 18 de julho, as respetivas propostas vinculativas para a compra da posição de 48,1% que o BPI tem no Banco de Fomento Angola (BFA). As propostas serão entregues em Londres, onde se situa a sede da Exotix, a boutique financeira especializada em operações de fusão e aquisição em África, que o BPI mandatou para concretizar a operação.

Neste quadro, já contemplando as necessárias autorizações regulatórias, entre as quais a do Banco Nacional de Angola, é previsível que o negócio seja concluído entre os meses de setembro e outubro. Ou seja, este será o período temporal em que o Gemcorp ou o Grupo Carrinho assumirão o controlo da participação de 48,1%.
 Qualquer um dos candidatos apresentou uma proposta superior a 411 milhões de euros, o valor mínimo para alienar este ativo definido pelo BPI, banco português detido pelos espanhóis do CaixaBank.


A Gemcorp conta com aliado de peso na corrida à compra da posição minoritária no BFA. Trata-se de Carlos Feijó, que passou a ser “advisor” do grupo e seu parceiro em Angola. O advogado, ex-governante, membro do “bureau” político do MPLA, professor catedrático de Direito e e coordenador da revisão da Constituição de Angola feita em 2010, é visto como uma das pessoas mais influentes e também de maior prestígio no país.

A sua associação à Gemcorp reforça a candidatura deste fundo que começou a fazer negócios em Angola em 2007 e está envolvido, por exemplo, na construção da nova refinaria de Cabinda e reabilitação e expansão das redes de transmissão da Angola Telecom.
 O Grupo Carrinho, por sua vez, tem assumido particular mediatismo durante o consulado de João Lourenço.

A par da área industrial, o grupo já controla dois bancos, o Banco de Comércio e Indústria (BCI) e o Keve.


Estado vai fazer uma venda dupla na Unitel


O futuro comprador do BFA poderá, ao que tudo indica, tornar-se o maior acionista do banco. Esta circunstância resulta da intenção já manifestada pelo Governo de dispersar em bolsa parte do capital do BFA que é detido pela Unitel, o que poderá materializar-se no ano em curso.


A operadora de telecomunicações controla uma posição de 51,9% e se o Estado materializar esta alienação, cuja intenção já assumiu publicamente, o comprador da quota do BPI no BFA passará a ter o estatuto de principal acionista, por via da redução da participação na Unitel, podendo até reforçá-lo, comprando parte do capital que for disponibilizado através do mercado de capitais.


Aliás, além do BFA, a Governo dirigido por João Lourenço revelou igualmente o desejo de cotar em bolsa uma parte da posição que detém na Unitel, operada que por sua vez é controlada a 1005 pela Sonangol.

Fonte: AN

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