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Camponeses do Bocoio mostram elevada produção de abacaxi

Os ex-militares agrupados em associações de camponeses, na comuna de Monte Belo, município de Bocoio, na província de Benguela, necessitam de meios de transportes para escoar os produtos do campo para os grandes centros de consumo, com realce para o abacaxi.

A solicitação de meios de transporte foi apresentada ao governador provincial de Benguela, Luís Nunes, durante a visita à feira de produtos do campo, realizada no Bocoio, 140 quilómetros a Norte da cidade de Benguela.

O vice-presidente da Cooperativa dos Ex-militares “Tula Utima – Monte Belo”, José Canguembe, disse que no quadro dos apoios do Governo, a cooperativa beneficiou de um tractor, o que permitiu aumentar as zonas de cultivo, não só do ananás, mas também de batata rena, batata doce e milho.

Esclareceu que a cooperativa é constituída por 303 associados e os apoios que o Governo presta estão a permitir o aumento dos níveis de produção, o que faz com que sejam necessários meios para escoamento.

Para além do abacaxi, informou, a cooperativa dedica-se à produção de jinguba, feijão, milho e mandioca. Salientou que o Governo Provincial de Benguela tem apoiado os camponeses com tractores e moto-bombas, o que tem permitido melhorar a vida de muitas famílias camponesas da localidade.

“O Governo atribuiu-nos um tractor que está a ajudar a produzir muito abacaxi. A cada, estamos a vender a 200 kwanzas”, disse, defendendo a pertinência de se identificareme operadores de transporte de mercadorias e agricultores para reforçarem, no âmbito da política do Executivo, o processo de escoamento dos produtos agrícolas, para os centros de consumo.

Compradores

Relativamente aos compradores, o responsável disse, “nós dependemos das vendedoras de Luanda. Elas chegam no campo, compram e vão. O preço é muito baixo porque dez frutas de ananás grandes cobramos apenas 500 kwanzas, o que é um prejuízo enorme”, lamentou.

José Canguembe enalteceu a iniciativa do empresário Zé Manel, por construir uma loja que vai começar a absorver toda produção de ananás feita na localidade. Disse que com os apoios que o Executivo presta às associações de camponeses de ex-militares vai ser possível inundar o mercado de produtos e quantidades elevadas de bens do campo. 

“É uma pessoa com quem já trabalhamos anteriormente e todo o produto vai se transportar na loja. A nossa petição é que o kg deve custar, pelo menos, 50 kwanzas”, disse.

Marcolino Justino Catele, responsável da cooperativa Agro-pecuária dos ex-militares “Canhara Saraiva”, localizada na aldeia de Cheluha, povoação de Saraiva, comuna do Monte Belo, disse que tem havido perdas por causa do preço que é praticado, sobretudo, na venda de abacaxi.

Para ele, caso haja entrega dos meios rolantes vai permitir criar uma cadeia de distribuição rural mais adequada, porque a maior parte dos alimentos que chegam à mesa dos consumidores provém da agricultura familiar.

Marcolino Justino Catele disse que a cooperativa é constituída por 158 elementos. Exemplificou que a cooperativa está a explorar mais de 12 hectares de abacaxi. Por falta de transporte para escoar, muita produção tem estado a deteriorar-se.

“Temos muito abacaxi. A cooperativa cultiva 12 hectares só de abacaxi. A nossa preocupação é a falta de transporte, conforme aconteceu para transportar a produção exposta na feira do Bocoio”, disse.

Relatou que as pessoas que compram o abacaxi de Bocoio são, normalmente, vindas de Luanda e compram a produção a preço baixo. Além do ananás, informou, a cooperativa dedica-se à produção de mandioca, feijão, jinguba e milho, respectivamente.

“Temos muito abacaxi. A nossa preocupação que apresentamos ao governador provincial de Benguela, Luís Nunes, é da falta de transporte para tirar a produção da povoação para a cidade e facilitar no comércio”, disse.

Fonte: JA

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