
Por cada quatro empregos criados no ano passado, três foram na informalidade e apenas um na formalidade. Em 2024, dos 889.641 novos empregos, 607.367 foram em biscates e outros trabalhos informais, enquanto 282.274 foram empregos que garantem maior estabilidade e segurança aos trabalhadores.
Dos 18.083.432 de pessoas em idade activa para trabalhar no final de 2024, apenas 2.563.730 tinham um emprego formal, que garante aos trabalhadores mais estabilidade por via da segurança, direitos e benefícios, enquanto os trabalhadores informais superaram pela primeira vez a barreira dos 10 milhões.
Contas feitas, por cada 100 pessoas em idade activa, apenas 14 têm um contrato de trabalho, 30 estão desempregadas e 55 sobrevivem na informalidade, de acordo com cálculos do Expansão com base nos Indicadores de Emprego e Desemprego do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativo ao IV trimestre do ano passado.
No ano passado, 12.582.279 de angolanos tinham emprego, o que pelos critérios do INE significa que tinham efectuado um trabalho de pelo menos uma hora nos 7 dias anteriores ao inquérito, mediante o pagamento de uma remuneração ou com vista a um benefício ou ganho familiar em dinheiro ou em espécie; tinha uma ligação formal a um emprego, mas não estava ao serviço; tinha uma empresa, mas não estava temporariamente a trabalhar por uma razão específica; ou estava em situação de reforma, mas a trabalhar. Critérios esses bastante criticados por especialistas, já que consideram que, apesar de serem os mesmos praticados noutras latitudes, em Angola acaba por desvirtuar os reais números do desemprego.
Face a 2023, o número de angolanos com emprego cresceu 889.641, em que 607.367, equivalentes a 68% do total, foram empregos gerados pela informalidade, enquanto 282.274 foram empregos que garantem estabilidade e segurança.
Nos últimos seis anos, 2024 foi o ano em que o emprego formal mais cresceu (2024 foi o ano em que a economia angolana mais cresceu nos últimos dez anos), superando os 180.150 empregos gerados em 2022. Ainda assim, estes dois anos juntos não conseguem compensar os 466.980 empregos formais que se perderam em 2020 devido à pandemia da Covid-19.
Contas feitas, no final de 2024 estavam 18.083.432 de pessoas em idade activa, em que 12.582.279 tinham emprego e 5.501.153 estavam desempregadas (+35.862 do que em 2023). Destes 12.582.279, um total de 10.018.549 sobreviviam à conta de biscates e outros trabalhos informais, restando apenas 2.563.730 com emprego formal. Números preocupantes para os analistas, já que no País apenas 14% das pessoas em idade activa têm emprego formal.
Fonte: Expansão