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Angola e Portugal preparam novo pacote de cooperação estratégica

Angola e Portugal estão a preparar a assinatura de um novo pacote de cooperação estratégica a vigorar no próximo triénio, declarou, este sábado, em Adis Abeba, Etiópia, o primeiro-ministro luso, António Costa. António Costa prestou esta informação à imprensa angolana, em Adis Abeba, no final do encontro que manteve com o Presidente da República, João Lourenço, à margem da 36ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, aberta sábado último. 

“Fizermos o ponto da situação dos diferentes assuntos bilaterais que temos sempre em movimento, apontamos uma data para a minha próxima visita a Angola, para podermos assinar um novo pacote de cooperação estratégica e, também, para vermos como é que, cada um por si e em conjunto, podemos dar um novo impulso nessa relação entre a Europa e a África”, frisou. O primeiro-ministro português, que em princípio poderá visitar Angola em Junho próximo, sublinhou que de momento os dois países estão a executar os acordos anteriores e a ser ultimados os problemas técnicos que bloqueavam algumas das linhas de financiamento. Fez saber que a ministra das Finanças de Angola, Vera Daves de Sousa, esteve a trabalhar recentemente em Lisboa e o titular das Finanças de Portugal, Fernando Medina, estará no próximo mês em Angola “e, até lá, os problemas do ponto de vista técnico ficarão resolvidos”.

Corredor Logístico

O Chefe do Governo português fez saber que Portugal poderá desenvolver com Angola um grande corredor logístico entre a Bacia do Dande e o Porto de Sines em Lisboa. “A semana passada apresentamos essa candidatura a um financiamento, no caso da União Europeia, no grande pograma de investimento estratégico que a União Europeia tem e identificamos esse como grande corredor estratégico”, expressou. O Porto de Sines é o maior porto artificial de Portugal e um porto de águas profundas, de fundos naturais, com terminais especializados que permitem o movimento de diferentes tipos de mercadorias e de “transbordo” e interior fronteiriço ou rede de Trans-Europa. Para além de ser o principal porto na faixada atlântica de Portugal, devido às suas características geofísicas, é a principal porta de entrada de abastecimento energético de Portugal (contentores, gás natural, carvão, petróleo e seus derivados). O governante luso disse ser preciso manter o trabalho em curso, “eu diria mesmo até acelerar muitas das dimensões destes trabalhos porque a geopolítica mudou e a Europa, apesar de estar muito tempo a olhar para o Leste e para a guerra que se desenvolve a Leste, é preciso olhar à volta no mundo. E a Europa tem de estreitar as suas relações de amizade com todos os povos”. Lembrou que a Cimeira União Europeia e África foi um grande sucesso, mas logo a seguir a Europa foi atingida pela guerra com a invasão à Ucrânia pela Rússia “e isto, naturalmente, acabou por desviar um pouco as atenções, mas é importante dar esse sinal porque não obstante o que está acontecer na Ucrânia, é fundamental continuarmos a desenvolver o trabalho que está em curso, para criar essa nova união entre a Europa e o continente africano”. António Costa afirmou que é uma grande distinção para Portugal por ter sido convidado a participar nesta Cimeira da UA. Disser ser necessário acelerar a transição para a descarbonização, mas até atingir este pressuposto, vão continuar a utilizar gás natural e petróleo que tenham outras origens e não as russas. Adiantou que isso é uma nova porta de colaboração também com o continente africano no caso de Portugal onde 50 por cento do gás que consome tem origem da Nigéria.

Angola e EUA passam em revista relações bilaterais

O Presidente da República, João Lourenço reuniu-se também com a secretária de Estado Adjunta dos EUA para África, Molly Phee, com quem passou em revista as relações entre os dois países e à situação no Leste da RDC. “Fiquei bastante grata por ter tido essa oportunidade de consultar com o Presidente João Lourenço, este encontro versou sobre matérias que dizem respeito aos desafios regionais que o Presidente está tentar resolver, principalmente o terrível conflito existente no Leste da RDC. Disse que aproveitou a oportunidade para valorizar as relações existentes entre os EUA e Angola, no sentido de aumentar o comércio e investimento e em outras questões que dizem respeito à cooperação bilateral. Considerou valioso o contributo e o envolvimento de Angola na pacificação do Leste da RDC. DC/AL/ADR

Fonte: AN

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