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Apenas 25% dos resíduos produzidos são tratados adequadamente

Estima-se que só na província de Luanda, com o processo de reciclagem de resíduos seria possível arrecadar 550 milhões USD/ano.

Angola produz anualmente 25 milhões de toneladas de resíduos, mas apenas 6 milhões são tratados de forma adequada, ou seja, 25%, sendo que o restante é colocado em lixeiras a céu aberto, de acordo com os dados da Agência Nacional dos Resíduos (ANR), que afirma também que em média o País gasta 100 milhões USD/ano na recolha de resíduos e saneamento básico.

Em condições normais, o País gastaria em média 416 milhões USD/ano, caso todo o lixo fosse tratado adequadamente, calculou o Expansão com base nos dados da ANR. Contudo, os custos seriam amortizados e compensados se os resíduos fossem reinseridos no sistema económico através do seu reaproveitamento (reciclagem), o que ainda não acontece em larga escala.

Estima-se que só na província de Luanda, com o processo de reciclagem de resíduos a funcionar em pleno, seria possível arrecadar 550 milhões USD/ano. De acordo com Nelma Caetano, PCA da ANR, a população deve ser um participe activo na gestão dos resíduos e defende a sua integração no sistema de gestão. “O processo de separação ainda não é feito de forma integrada”, reconhece a gestora pública.

Especialistas apontam que o método de recolha dos resíduos não possibilita a triagem e a sua reciclagem, visto que as empresas que operadoras usam camiões compactadores de lixo, o que dificulta a desagregação do conteúdo para reaproveitamento posterior.

De acordo com a ANR, o País tem 185 infraestruturas e instalações de tratamento e reciclagem. Destas, 36 são de coleta e selecção de resíduos, para a triagem e reciclagem são 75, enquanto para a compostagem existem 20. Já em termos de lixeiras controladas existem 54, além dos aterros sanitários de Luanda, Huambo e Moçamendes.

O País tem em vigor um Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Urbanos (PRESGRU), desenhado há 10 anos, que previa a construção de aterros sanitários em todas as províncias até 2025. O PRESGRU, que está longe de ter sido implementado em toda a plenitude, indicava que a prioridade seria a instalação de centros de valorização e que apenas os materiais não recicláveis deveriam ser levados para os aterros sanitários.

Fonte: Expansão

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