Luanda – O secretário de Estado da Saúde para Área Hospitalar, Leonardo Inocêncio, considerou, esta segunda-feira, reprovável o comportamento de médicos durante o acto cirúrgico no Hospital Provincial do Uíge.
O responsável que falava a TPA1, a propósito de um vídeo, posto a circular nas redes sociais, onde um grupo de profissionais da saúde comemorava efusivamente, na sala de operação, o sucesso de uma cirurgia, disse ser deplorável a referida conduta.
Referiu que naquele momento o paciente estava numa fase denominada intra-operatório, um momento sagrado que requer disciplina férrea da equipa.
Por outro lado, anunciou que foi criada uma comissão de inquérito multidisciplinar para apurar este caso e por sua vez cessou-se, temporariamente, o acto de filantropia praticado por este grupo de profissionais.
Para o responsável, o MINSA apoia os actos filantrópicos que são realizados e resolvem parte dos problemas de saúde da população, “mas toda atenção e zelo devem ser tomados em conta”.
O vídeo, frisou, foi visto com muita preocupação, considerado um desvio grave no comportamento, do ponto de vista ético e deontológico e uma violação de certas normas para evitar infecções.
Realçou que a segurança do paciente deve ser salvaguardada no intra-operatório, bem como todas as acções que garantem a vida do paciente e evitem riscos sem necessidade.
“Por algum momento, vimos que o médico retira-se da mesa operatória para participar da festa deixando de atender o paciente e em caso de alguma ocorrência, o mesmo não estaria próximo para socorrer”, lamentou.
Esclareceu que o próprio acto cirúrgico não admite que o cirurgião faça um movimento de 360 graus e exponha a parte traseira e externa do corpo e nem pode levantar as mãos acima da cabeça e abaixo da cintura, bem como actos de exposição sem necessidade.
A organização filantrópica Meditur e o Hospital Geral do Uíge realizaram, no fim-de-semana, com sucesso 112 cirurgias a pacientes com problemas de ileostomia, inflamações na bexiga e hérnia inguinal.
Fonte: Angop