A história de uma mala que entrou em Luanda com mais de 18 Kg de cocaína e esteve abandonada mais de um mês no aeroporto
Uma angolana conseguiu fazer entrar em Luanda uma mala com mais de 18 quilogramas de cocaína, proveniente do Brasil, dissimulada em 27 embalagens de sabonete líquido, mas não foi levantá-la aos armazéns do Terminal de carga 2, no Rocha Pinto, onde ficou abandonada quase dois meses. É mais uma história de tráfico de droga e o Novo Jornal conta-lhe como a mulher foi detida após 44 dias de investigação.
Uma mulher, de 41 anos, comerciante do mercado das pedrinhas (congolenses), no distrito urbano do Rangel, despachou, no dia 13 de Novembro de 2022, no Aeroporto de Guarulhos, cidade de São Paulo, na condição de passageira, uma mala de viagem que continha mais de 18 quilogramas de cocaína, e, no dia seguinte (14), desembarcou em Luanda, mas… a mala foi transferida para os armazéns do terminal de carga 2, no bairro Rocha Pinto, onde ficou abandonada.
Vários dias depois, a mala abandonada foi rastreada, e a investigação, que durou 44 dias e envolveu a coordenação dos órgãos do sistema de segurança do Aeroporto Internacional de Luanda (Serviço de Investigação Criminal, Policia Nacional, Serviço de Inteligência e Segurança de Estado, Serviço de Migração e Estrangeiros e Administração Geral Tributária).
A investigação levou à localização e consequente detenção da mulher, que operava como “mula” para transportar droga entre São Paulo e Luanda.
São várias as histórias de tráfico de droga entre o Brasil e Angola. No início do ano, um avião da TAAG, que fazia a ligação entre a capital brasileira e a capital angolana, transportava cocaína dentro de mochilas escondidas na casa-de-banho, num painel atrás da sanita, mas a alça de uma das mochilas ficou à vista, o que levantou suspeitas da tripulação que de imediato accionou a polícia federal.
Outras histórias têm vindo a ser denunciadas nas redes sociais, o que levou o Serviço de Investigação Criminal a informar que está a investigar uma suposta rede de tráfico de droga em que estão referenciados efectivos e altos responsáveis deste órgão policial, com base em “inúmeras informações postas a circular”.
Em nota enviada às redacções a 6 de Janeiro, o SIC diz que desencadeou “de imediato”, o competente processo de investigação para “apuramento da veracidade das informações e tomar as medidas que se impõem”.
No documento, o SIC reafirma que “está fortemente empenhado no combate ao tráfico de droga em toda extensão do território nacional, sobretudo, nas zonas fronteiriças, onde em plena coordenação com outros órgãos de defesa e Segurança, tem produzido resultados operativos satisfatórios, que culminaram com a apreensão de avultadas quantidades de drogas, principalmente do tipo cocaína, no Porto e Aeroporto Internacional de Luanda, com proveniência do exterior do país, que tendem a utilizar Angola como ponto de trânsito”.
O SIC acrescenta que as investigações têm resultado na detenção de vários Intermediários (mulas), dos seus mandantes e demais implicados na cadeia de tráfico.
“De realçar que, pela sua especificidade e complexidade, o SIC, ao dar combate cerrado ao tráfico de drogas no país, tem tocado vários extractos e sensibilidades do tecido social, que a todo custo tentam resistir às acções de enfrentamento, criando falsas e caluniosas informações, no sentido de fazer prevalecer o seu império criminoso”, lê-se na nota.
O Serviço de Investigação Criminal diz estar aberto à colaboração de todos na denúncia ou prestação de informações sobre o tráfico de drogas, assim como de outros tipos de crimes.
Fonte: NJ