Manifestantes saem às ruas em Los Angeles em novo protesto contra Donald Trump

Os protestos contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, regressaram às ruas de Los Angeles, como parte de um dia de luta nacional intitulado “Good Trouble Lives On”.
Os manifestantes compareceram a eventos em várias zonas do condado de Los Angeles, desde a baixa, onde em junho houve confrontos por causa das rusgas de imigração, até Burbank, Culver City, Glendale, West Hollywood ou Pasadena.
“Não consigo dormir à noite“, disse à Lusa a norte-americana Jan, de 84 anos, que compareceu ao protesto em Burbank com a família. “Nunca pensei que iria ver isto. A perda do nosso país para alguém que está a destruir a nossa constituição e o mundo“, afirmou.
Jan disse temer que Trump cancele as próximas eleições e declare lei marcial, apontando para a ineficácia dos tribunais em conter as decisões do governante. “É importante estarmos aqui. O que mais podemos fazer?” questionou.
A luta nacional foi marcada para o dia do quinto aniversário da morte do congressista John Lewis (1940-2020), histórico democrata que lutou pelos direitos civis nos anos 60 do século XX e que os ativistas quiseram homenagear.
As causas mais referidas pelos manifestantes foram as rusgas das autoridades de imigração e a postura autoritária da Casa Branca, mas também houve referências à Rússia e à polémica em torno de Jeffrey Epstein, o milionário que morreu por suicídio em 2019 quando aguardava julgamento pelo abuso sexual de menores.
“Merecemos melhor“, dizia o cartaz de um jovem sentado na relva. Outros cartazes pediam “Fim ao fascismo“, “Resistam” e “Mantenham os imigrantes, deportem o Trump“, enquanto carros buzinavam em sinal de apoio ao passar pelo local.
Organizado pelos grupos Transformative Justice Coalition, Black Voters Matter, Indivisible, Declaration For American Democracy e Public Citizen, o protesto foi nacional e passou por mais de 1.500 comunidades nos 50 estados do país.
No sábado, haverá nova marcha em West Hollywood, organizada pelo grupo Indivisible e sob o mote “No Kings March”, uma sequência ao “Dia Sem Rei” que reuniu milhões de manifestantes a 14 de junho.
Los Angeles foi o epicentro da resistência a Trump no último mês, com manifestações concentradas na baixa que levaram o Presidente a mobilizar quatro mil militares da Guarda Nacional contra a vontade do governador da Califórnia, Gavin Newsom.
Pelo menos metade dos militares desmobilizou esta semana por ordem do presidente, numa altura em que as rusgas de imigração continuam, mas a estratégia dos manifestantes mudou para ações de ajuda à comunidade imigrante.
Fonte: MSN