
Com histórico de morte, utentes ouvidos pela reportagem do jornal OPAÍS acusam, inclusive, os agentes de segurança, vulgarmente chamados de “operativos”, de determinarem, logo à chegada, quando é que o paciente deve ou não entrar no hospital e em que área de especialidade deve seguir, como se tivessem alguma formação específica no ramo da saúde. Os agentes, em sua defesa, dizem apenas fazer o seu trabalho, enquanto as direcções dos hospitais asseguram que estes profissionais não têm autorização alguma para definir quem deve ou não ser consultado, esclarecendo que essa função deve ser exercida apenas pelos agentes de saúde
Confusões, complicações e irritações constantes entre utentes e agentes de segurança têm deixado de ser algo rotineiro à porta de vários hospitais públicos de Luanda. Muitos pacientes, mesmo em estado de saúde delicado, são “barrados” por agentes de segurança que definem as regras de quem entra ou não no interior dos hospitais, sobretudo nos períodos que não são destinados às visitas.
Em muitos casos, mesmo que os utentes se identifiquem com alguma guia médica ou papel de transferência, ainda assim são impedidos de entrar nos hospitais pelos profissionais de segurança que, em algumas situações, mesmo sem conhecimento das normas médicas, avaliam quem deve ou não ser consultado. “É até engraçado, mas na porta os próprios operativos é que nos avaliam.
Se eles disserem que não, a pessoa é mesmo obrigada a regressar a casa ou implorar para entrar no hospital”, desabafou Teresa Moniz, utente do hospital do Zango. Teresa não é a única a queixar- se da atitude dos seguranças. Assim como ela, centenas de familiares e pacientes reclamam, todos os dias, da postura destes agentes. Com isso, cresce, diariamente, o número de reclamações de utentes relativamente à actuação dos agentes de segurança nos hospitais públicos.
Fonte: OPAÍS