Entre os 23 bancos a operar no sector bancário angolano, sete chumbaram no teste de stresse feito pelo Banco Nacional de Angola (BNA) onde estes foram colocados hipoteticamente em confronto com cenários adversos incluindo o risco da deterioração da carteira de crédito.
Segundo a edição desta semana do semanário, este teste de stresse do BNA volta a ser realizado dois anos após o último e o resultado não é bom, porque um terço das instituições bancárias nacionais, que não foram identificadas pelo Banco Central, chumbam claramente na sua capacidade de reagir às situações adversas criadas em teoria para o efeito.
Entre estas situações estão, além da deterioração da carteira de crédito, ou seja, com os clientes a deixarem de ter capacidade de cumprir com os seus compromissos de pagamento da dívida, a deterioração severa da moeda nacional, a perda de activos inesperada e uma corrida aos depósitos inesperada.
Os testes de stresse entraram nas prioridades dos bancos centrais em quase todo o mundo desde a crise de 2008, quando vários bancos, especialmente nos EUA, colapsaram por falta de capacidade de resposta a situações inesperadas e porque os seus activos estavam sobrevalorizados, criando um fosso insuperável entre a capacidade de resposta e os défices gerados, especialmente por falta de garantias dos seus activos.
Face a este cenário, de que o mundo levou mais de uma década a ultrapassar, os testes de stresse passarem a ser a norma de forma a avaliar a robustez bancária, num primeiro plano, mas, num segundo, e ainda mais importante, identificar fragilidades, quase sempre sob a perspectiva de colocar os bancos numa situação hipotética onde se exige capacidade interna para a ultrapassar, o que é quase sempre o valor efectivo dos seus activos e a capacidade de recuperação dos créditos.
Fonte: NJ