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Chefe da Casa Militar do Presidente da República descarta instalação de bases dos EUA em Angola- Unita Diz Que Em Política Nada É De Graça

O ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, general Francisco Furtado, esclareceu que a Constituição de Angola não permite a instalação de bases militares estrangeiras no País a propósito das dúvidas que surgiram a esse respeito com a visita esta semana do secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin a Luanda.

“A nossa constituição não permite a instalação de bases militares estrangeiras no nosso território. E isto não foi aventando em nenhum momento durante o encontro que nós tivemos”, disse Francisco Furtado, depois de um encontro com o secretário de Defesa dos Estados Unidos da América que terminou quarta-feira, 27, uma visita de 24:00 a Angola.

Na sua opinião, a cooperação com os Estados Unidos da América deverá incidir sobre o reequipamento e modernização das Forças Armadas Angolanas e na formação de quadros, nos mais diferentes domínios da Defesa.

Um comunicado de imprensa divulgado esta quinta-feira, 28, em Washington, o Departamento de Defesa americano diz que a capacitação das forças de segurança, a segurança marítima e a defesa cibernética e espacial são as prioridades acordadas pelos Estados Unidos e Angola no aprofundamento das relações bilaterais no capítulo da defesa.

A nota afirma ainda que durante o encontro que o secretário de Defesa, Lloyd Austin, manteve em Luanda nesta quarta-feira, 27, com o Presidente João Lourenço foram discutidas “prioridades mútuas que as duas nações vão adoptar para aprofundar a relação bilateral”.

“Eles acordaram dar prioridades ao desenvolvimento de capacitação, segurança marítima e defesa cibernética e espacial”, diz o comunicado que acrescenta que durante o encontro com o ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência, Francisco Pereira Furtado, foram discutidos “planos para avançar as prioridades bilaterais de segurança”, de acordo com o memorando de entendimento assinado em 2017 e a declaração conjunta de 2022.

“As duas partes acordaram ainda em estabelecer um diálogo anual de alto nível sobre Defesa para finalizar acordos de cooperação em segurança e priorizar oportunidades para se fortalecer a cooperação no sector da Defesa”, conclui o comunicado.

UNITA diz que em política nada é de graça

O membro da Comissão Política Permanente da UNITA, Ernesto Mulato, diz que em política nada é de graça, salientando que o Governo americano, “vendo a fraqueza dos governantes angolanos, está empenhado em pedir tudo aquilo que o José Eduardo dos Santos nunca aceitou, inclusive bases militares”.

“Há quem diga que é por Angola ser uma área estratégica, só hoje? Não, na luta contra a influência da China e da Rússia, Angola, apresenta-se como o aliado mais maleável”, referiu o também ex-deputado à Assembleia Nacional.

“Fala-se de uma base naval no Soyo, não tenho dados concretos, só sei que conhecendo os americanos, não iriam mandar o número um da Defesa sem algo grande e concreto”, acrescentou, frisando que seja como for, os americanos sabem que mesmo com esta ginástica não vão conseguir travar a onda de mudanças no País e em África.

MPLA diz que Angola é um parceiro estável que garante a paz em Africa

O antigo deputado à Assembleia Nacional pelo Grupo Parlamentar da MPLA e membro do Comité Central, João Pinto, lamentou que os golpes no Continente africano se estejam a multiplicar, na África Ocidental e Central, o que preocupa Angola e os EUA por serem regiões onde existem interesses nos recursos naturais como o petróleo e minerais, merecendo atenção dos EUA para reforçar a cooperação bilateral.

“Angola superou conflitos de mais de 27 anos, estando numa fase de reformas mas com uma dívida elevada, inflação e procurando diversificar a sua economia oscilante com a redução da produção do petróleo e do valor do petróleo alto ou baixo gerando incerteza para os credores, causando dificuldades económicas para satisfação das necessidades públicas”, referiu.

“Por isso, não devemos ignorar que Angola é um parceiro estável que garante a segurança na região da CEAC. É importante auscultar Angola nestas questões por ter um sistema de segurança organizado e com doutrina de paz e estabilidade fiável nas relações entre poder político e militares, elemento fundamental para garantir a segurança nacional”, concluiu.

Fonte: NJ

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