O Presidente do Brasil disse esta sexta-feira, 25, em Luanda, no primeiro dos dois dias de visita oficial, que Angola pode contar com apoio do seu País na diversificação da economia.
Para Lula Silva, o Brasil é o parceiro ideal para fazer a revolução agrícola em Angola, garantir o crescimento económico e a segurança alimentar da população.
Neste particular, sublinhou que o seu país tem “conhecimentos tecnológicos e políticas públicas para compartilhar com Angola”, sendo que será elaborado nesse sentido “um plano de acção conjunta entre os nossos ministérios da Agricultura”.
“Angola é parceiro ideal para a diversificação da economia angolana. Pode contar com o nosso apoio”, prometeu Lula da Silva, que garantiu que empresários brasileiros vão implantar vários projectos agrícolas no canal do Cafu, na província do Cunene.
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil está de volta ao mundo depois do seu antecessor ter tratado, sobretudo o continente africano com indiferença.
“Muitas embaixadas no continente africano foram fechadas, porque o antigo Presidente tratou Africa com indiferença”, lamentou Lula da Silva que prometeu continuar dar apoio ao continente.
O Chefe de Estado brasileiro que falava na Cidade Alta, onde foi condecorado, pelo Presidente da República, João Lourenço, com a Ordem António Agostinho Neto, a mais alta distinção do País atribuída a personalidades estrangeiras, disse que a humanidade deve se indignar contra a desigualdade.
“Apelou à indignação dos que podem comer e estudar face aos que não podem, para que essa luta dê certo e se crie a consciência de que o mundo produz alimentos suficientes para sustentar biliões de humanos”, disse.
“Não tem sentido a quantidade de crianças que vão dormir toda a noite sem um copo de leite para tomar, porque não tem dinheiro”, acrescentou criticando o aumento da concentração de riqueza em “1% dos mais ricos”. Frisou.
“Espero que com essa medalha no peito, alimentado pelo pensamento revolucionário de Agostinho Neto, possa vencer no intento de convencer a humanidade a se indignar contra a desigualdade” e apelou à “indignação” contra a desigualdade, assumindo o compromisso de liderar uma campanha mundial contra a injustiça, sublinhando que “quem tem uma causa não pode parar de lutar”.
Na visita do Presidente brasileiro à Angola, o Chefe do Estado, João Lourenço, foi também condecorado, pelo homólogo, Lula da Silva, com o Colar da Ordem Nacional Cruzeiro do Sul, a mais alta distinção do Brasil atribuída a personalidades estrangeiras.
Angola e o Brasil assinaram hoje, acordos em várias áreas de cooperação, nomeadamente nos sectores da agricultura, saúde, educação, sobre pequenas e médias empresas, processamento de dados na administração pública, transportes.
A comunidade brasileira em Angola ronda as 27 mil pessoas e é, de acordo com o embaixador brasileiro em Luanda, Rafael Vidal, “de longe” a maior em África.
A comitiva de Lula da Silva integra seis ministros – incluindo os da Saúde, Direitos Humanos, Igualdade Racial e Relações Exteriores -, a maior comitiva de sempre em visitas de Lula da Silva ao exterior, e 170 empresários brasileiros.
O Presidente Lula da Silva chegou a Luanda, quinta-feira, proveniente de Joanesburgo, África do Sul, onde participou, de 22 a 24, na 15ª Cúpula do BRICS, bloco de países de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O Brasil foi o primeiro País do mundo a reconhecer a independência de Angola, proclamada a 11 de Novembro de 1975, pelo então Presidente António Agostinho.
Por uma nova dinâmica bilateral
João Lourenço pediu esta sexta-feira, 25, uma nova dinâmica nas relações de cooperação bilateral que permitam “desenhar um modelo que todos saiam a ganhar”.
“O programa de parceria estratégica assinado, em 2010, com o Brasil deve ser revitalizado para que seja imprimida uma nova dinâmica nas relações de cooperação bilateral que nos permita desenhar um modelo em que todos saiam efectivamente a ganhar”, disse o João Lourenço que discursava durante a visite a Angola, do Presidente brasileiro Inácio Lula da Silva.
De acordo com João Lourenço, com a assinatura conjunto de instrumentos jurídicos, Angola deposita “grandes esperanças nos resultados que advirão da execução desses entendimentos que ajudarão a dinamizar a produção agrícola numa altura em que a crise alimentar afecta praticamente todos os países do mundo”.
Segundo o Presidente da República, a assinatura dos acordos em várias áreas de cooperação, nomeadamente nos sectores da agricultura, saúde, educação, sobre pequenas e médias empresas, processamento de dados na administração pública, transportes, vai ajudar a diversificação da economia do País.
Fonte: NJ