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Malnutrição mata em Cambundi-Catembo, no interior de Malanje – “Não há cultura de cultivo de outros alimentos para além da mandioca, então, a alimentação é precária”, apontam especialistas

No Hospital Municipal de Cambundi-Catembo, a 185 quilómetros a sul da capital da província de Malanje, 30 a 35 pacientes com malnutrição são atendidos mensalmente. Na semana passada, uma menina de seis morreu, avançou a médica Sandra Rodrigues à imprensa, sem especificar o número de óbitos mensais, entre crianças e adultos.

Segundo a médica clínica interno-geral Sandra Rodrigues, a unidade, desprovida de uma “estrutura para o acompanhamento desses pacientes”, atende diariamente entre oito a dez doentes malnutridos, mas apenas administra a primeira e segunda fases com a toma do leite e a terceira com suplementos nutritivos, para depois introduzir outros alimentos.

A localidade é rica em solos aráveis e recursos piscatórios, mas “não há cultura de cultivo de outros alimentos para além da mandioca, então, a alimentação é precária”.

O chefe da Estação de Desenvolvimento Agrário (EDA), Manuel da Silva, desconsidera a ideia de que a malnutrição está relacionada com a falta de alimentos na localidade. “Talvez os hábitos e costumes das famílias possam dar nisso”.

A alimentação é rica em vegetais [fibras] e “muito peixe do rio”, com proteínas que superam os produtos do mar, justificou o número um da EDA em Cambundi-Catembo.

O administrador municipal adjunto para área económica de Cambundi-Catembo, Zeferino Bravo, garantiu que a região conta com seis médicos, dos quais três em formação de especialização e os restantes em missão nesta altura.

A rede sanitária é constituída por nove postos de saúde, distribuídos pelas comunas de Tala Mungongo, Dumba Cabango, Quitapa e Cambundi-Catembo [antigo Nova Gaia] e aldeias, mas o novo Hospital Municipal, que aguarda por inauguração, entre as diferentes valências contará com os serviços de “pediatria e hemoterapia com banco de sangue”.

“Os casos [de anemia] que acontecem são transferidos para a cidade, e, infelizmente pela distância, uns acabam perdendo a vida pelo caminho, [outros] familiares rejeitam ir à cidade porque não têm familiares lá”, defendeu a necessidade da hemoterapia na região.

Fonte: NJ

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