Dos 145 cursos de Ciências de Saúde avaliados entre a 1ª e a 2ª fase do processo de Avaliação Externa 83 não poderão admitir novos estudantes no ano lectivo 2024/25 e 62 estão acreditados para admitir novos estudantes. Os cursos não acreditados têm um ano para conformarem as irregularidades.
O Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos do Ensino Superior (INAAREES) avaliou, neste segunda e última fase do processo de avaliação dos cursos de saúde, 115 cursos de 49 instituições de ensino superior, localizadas em 12 províncias do País, sendo Luanda, como é óbvio, com o maior número de cursos não acreditados (37).
O Instituto Superior Politécnico do Zango é a instituição com menor pontuação (33,8) enquanto a Universidade Jean Piaget tem a maior pontuação (74,35) numa escala de 0 a 100.
Nesta segunda fase não houve avaliação de cursos de Medicina apenas de Ciências da Saúde. Destes 115 cursos avaliados, 55 foram acreditados com nível C, uma indicação de que cumpriram entre 60% e 79% dos critérios de avaliação. Estes cursos continuarão a admitir novos estudantes. Estas instituições recebem um certificado de acreditação válido por dois anos.
Os restantes 60 não acreditados, ou seja, aquelas que receberam uma classificação com no nível D, uma indicação de que cumpriram menos de 60% dos critérios de avaliação, não poderão admitir novos estudantes no próximo ano lectivo.
Importa sublinhar que os estudantes que estão actualmente matriculados ou a frequentar os cursos não acreditados na instituição poderão continuar com os seus estudos até à sua conclusão sem o risco de não terem os seus diplomas homologados pelo INAAREES.
Entre os indicadores de avaliação consta a gestão, corpo docente, currículo, corpo técnico e administrativo, investigação e extensão. E o critério que mais retirou pontuação às instituições foi a investigação. Ou seja, não há investigação nas universidades, aliás, não é por acaso que as instituições de ensino superior não constam de nenhum ranking pelo facto de a investigação não fazer parte dos critérios.
“As nossas instituições produzem muito pouca ciência, por isso, é o indicador mais crítico, além do indicador currículos e extensão. Portanto, as instituições devem produzir mais embora não seja algo que se faça de dia para noite, mas que, a médio ou a longo prazo, possam inverter a actual tendência”.
Jesus Tomé, director do INAAREES, acrescentou que os cursos que não atingiram os padrões de qualidade estão comprometidos em implementar um plano de melhorias para corrigir as deficiências identificadas.
“Quanto aos cursos acreditados têm o mínimo de qualidade para continuarem a funcionar sem prejuízo de continuarem a implementar as melhorias que o INAAREES propôs para que vissem os seus cursos melhorados e continuar a receber novos estudantes em sede do exame de acesso”.
Os cursos que atingiram os padrões de qualidade (nível D) ainda podem melhorar mais a sua classificação, pois a pontuação máxima é de nível A, uma acreditação plena com certificado válido por cinco anos. Uma pontuação que nenhuma instituição ainda atingiu desde a primeira até à esta fase de conclusão.
Para Albertino Sebastião, director do Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude (ISPAJ) não se pode olhar para este processo numa perspectiva de melhores e piores curso, é bom que seja inclusivo e não exclusivo de modo que possamos apoiar no sentido de elevar aqueles que foram classificadas como não acreditados.
“Não podemos olhar para os cursos não acreditados numa perspectiva sancionatória, mas de melhoria sistemática de qualidade e o aperfeiçoamento do subsistema do ensino superior, por isso, devem ser apoiados até porque este processo de avaliação externa é novo em Angola e vai nos dar indicadores de qualidade”. frisou.
Por outro lado, aponta que este processo deverá constituir-se como barómetro para o ministério considerar como uma fase de diagnóstico do subsistema do ensino superior e gizar políticas concretas de gestão do subsistema do ensino superior, por isso, uma a responsabilidade não apenas das instituições, mas de todos.
Fonte: Expansão