As conquistas e progressos alcançados pelas mulheres no mundo e o papel a desempenhar no desenvolvimento das sociedades estiveram, ontem, em Luanda, em reflexão, num encontro de personalidades femininas.
Em alusão a Março, mês dedicado à mulher, o encontro decorreu sob o tema “Poder e Género: Consolidação das Conquistas das Mulheres”, organizado pela Embaixada moçambicana em Angola e visou juntar distintas personalidades femininas para a troca de experiências sobre as conquistas e progressos obtidos nos últimos anos.
A vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, em declarações à imprensa, após ter participado do evento, onde se fizeram depoimentos, disse ser um bom exercício as mulheres encontrarem-se para trocar experiências.
Frisou que permitiu a reflexão nos vários domínios, nomeadamente, Social, Jurídico, Político e Cultural de cada país.
Luísa Damião defendeu que as mulheres devem ganhar consciência de que são obrigadas a elevar cada vez mais o nível de conhecimento para contribuir no desenvolvimento da sociedade.
As conquistas alcançadas nos últimos anos, destacou, orgulham as mulheres angolanas e inspiram as outras a continuarem a lutar e trabalhar para a elevação cada vez mais do nível de conhecimento com o objectivo de serem valorizadas na sociedade.
Conquistas de Angola
Em relação às conquistas e progressos femininos alcançados pelas angolanas, Luísa Damião referiu que Angola foi elogiada pelo facto de ter, pela primeira vez, uma mulher a ocupar os cargos de Vice-Presidente da República, presidente da Assembleia Nacional e juízas venerandas do Tribunal Constitucional, entre outras.
No entender da Vice-presidente do MPLA, Angola tem estado a caminhar, dando passos sólidos e seguros em direcção à equidade de género. “As mulheres representadas nos poderes Executivo, Legislativo e Judicial estão a contribuir para a execução das políticas públicas no sentido de realizar os anseios e aspirações dos angolanos”, afirmou.
Maior responsabilidade
A embaixadora da República de Moçambique em Angola, Osvalda Joana, organizadora do evento, exortou as mulheres empoderadas a terem maior responsabilidade para consolidar o que foi alcançado e puxar outras, sensibilizando os homens no sentido de entender que a luta não é para substituí-los e nem é contra eles.
Segundo a embaixadora, a mulher luta para estar e trabalhar ao lado do homem, para juntos desenvolverem as sociedades e não para substituí-lo como muitos ainda pensam. “O nosso objectivo é envolver o homem na luta pela defesa dos direitos da mulher”, afirmou Osvalda Joana.
A diplomata recordou que a escravatura foi abolida há bastante tempo. Por isso, continuou, não há substituição de escravos.
A realização do encontro, frisou a embaixadora moçambicana em Angola, é uma forma de manifestação para acabar com a desigualdade de género.
“Quando há subalternidade há superioridade de poder e quando há poder há abusos do poder. Tem havido abuso do poder sobre quem a tem, sobre a mulher”, sublinhou Osvalda Joana
Esclareceu que o poder que as mulheres querem não é o político, económico ou de outros poderes, mas sim o de decidir sobre a sua vida, destinos e pensamentos. “Ter direito à palavra é um poder, poder criar os seus filhos condignamente é um poder. O poder não se refere propriamente ao poder político. Muita gente confunde o poder que as mulheres lutam, onde está expresso o dinheiro, a política, entre outros, não é isso”, frisou.
Além das embaixadoras e chefes de missão acreditadas em Angola, participaram no encontro membros do Executivo angolano, deputados e representantes da sociedade civil nacional e estrangeira.
Fonte: JA