Venda directa e via digital são apostas para a venda de apólices de seguros
Sendo um factor de crescimento e penetração de seguros, as seguradoras estão a apostar no reforço dos canais de distribuição de venda de seguros através da colocação de agentes nas ruas e do reforço da venda nas plataformas digitais.
Tal como já aconteceu com a Fidelidade que adaptou a estratégia de comercializar os seguros, colocando mais de 1.400 colaboradores na rua para vendas porta-a-porta de seguros automóveis em 16 províncias do País e que permitiu angariar 10 mil novos contratos de seguro por mês em 2022, a Viva Seguros também colocou mais de 30 colaboradores que se deslocam aos estabelecimentos e instalações empresariais em diversos pontos da província de Luanda, para apresentarem o conjunto de seguros da companhia.
Com esta estratégia a seguradora tem o “objectivo de dinamizar as ofertas e ir ao encontro do público através da venda directa de seguros. Os integrantes da Unidade de Venda Directa de Seguros, para além de venderem os serviços, têm ainda a responsabilidade de esclarecer todas as dúvidas do público interessado”, disse-nos um dos envolvidos. Estes angariadores estão credenciados pela seguradora, ou seja, na prática são funcionários da companhia porque não dispõem de uma licença do regulador do sector.
dor do sector. Já seguradora Giant Seguros fez formação a mil pessoas, mas apenas 40 passaram a ter estatuto de angariadores, estão espalhados pela província de Luanda, e que daqui a mês serão agentes certificados pelo ARSEG. O presidente da Comissão Executiva da Giant Seguros, Helder Jorge, explicou que a seguradora tem apostado na formação de agentes para dinamizar a cultura de seguros em Angola.
“A ARSEG vai fazer daqui um mês uma cerimónia de distribuição de licenças. Portanto, vão deixar de angariadores e passar a ser agentes, até porque todos passaram por uma formação que vai permitir a sua certificação. Com esta iniciativa ganha o sector e o País, por isso, a nossa estratégia é ampla”.
Recorde-se que num País em que existe pouco conhecimento sobre as vantagens e o funcionamento dos seguros, a venda pessoal é fundamental para aumentar a confiança dos futuros clientes
As seguradoras estão também a reforçar as vendas por via digital, apostando nos canais que estão disponíveis, sendo que praticamente todas as seguradoras com alguma dimensão no nosso mercado, desenvolveram Apps onde é possível subscrever uma apólice sem deslocar a um agente.
“Actualmente qualquer um dos nossos clientes estando registado na APPs pode subscrever apólices tanto do ramos automóvel como saúde ou viagem. Quando digo subscrever é de A a Z, ou seja, emissão da apólice, o pagamento, recebendo toda a documentação tanto na App como por e-mail”, explicou Marcelo Perdigão, administrador da Nossa Seguros.
Estando ligada a um dos bancos pioneiros em Angola, o BPC, a Mundial Seguros está também com um projecto forte na via digital. Walter Bravo, administrador da empresa, explicou que a companhia continua apostar fortemente no bancassurance, para aproveitar a presença dos clientes para alavancar os serviços de seguros.
Apesar destas iniciativas digitais, os mediadores tradicionais continuam a ter um peso muito forte na venda de seguros. Só para ter uma ideia, os mediadores colectivos que operam no mercado segurador contribuíram com 18%, 55.130 milhões Kz, do total dos prémios arrecadados pelas seguradoras em 2023, avaliados em 369.327 milhões Kz.
Não se pode formar agentes como há 20 anos
O consultor de seguros Paulo Bracons, entende que muito poucas companhias estão a investir no recrutamento, formação, desenvolvimento e gestão de redes de agentes e/ou vendedores especializados, e que as seguradoras que estão a apostar nestes canais começam a ter resultados, embora seja um processo morosos e difícil.
Por outro lado, chama atenção que é necessário repensar a formação de agentes, pois continuamos a formar os agentes como há 20 anos, o mundo e Angola mudou, e por isso é necessário reforçar as redes de agentes e/ou vendedores especializados.
“No meu entender, deveremos focar os novos agentes no retalho e isso implica ter sistemas de gestão comercial eficazes, que promovam o recrutamento, formação, desenvolvimento, progressão na carreira dos agentes, a par de um sistema de monitoramento da sua actividade”, explica o consultor acrescentando que é importante dinamizar comercialmente o ramo vida, cuja produção está muito concentrada numa seguradora, num produto e num canal. Dinamizar o ramo vida implica vender mais soluções tradicionais (seguros de morte, invalidez, funeral) e lançar soluções de produtos financeiros: reforma e poupança.
Fonte: Expansão