O Tribunal de Comarca da Lunda-sul, iniciou esta quinta-feira,2, a julgar os 200 arguidos que acusados de criar tumultos em Saurimo, no dia 08 de Outubro de 2023, após uma manifestação contra as más-condições de vida na província, soube à imprensa junto de fontes judiciais.
Dos 200 cidadãos, 172 estão em prisão preventiva deste Outubro, e 28, na sua maioria idosos, encontram-se em liberdade sob termo de identidade e residência.
O processo de instrução preparatória deve a duração de três meses, e o Ministério Público (MP) assegura que há indícios bastantes para que os arguidos sejam julgados e condenados.
Os arguidos são acusados dos crimes de associação criminosa, ofensas simples, danos materiais, participação em motim, rebelião e desobediência a ordem.
Conforme a acusação, o grupo era composto por homens, mulheres e várias crianças de ambos os sexos, que se concentraram no bairro de Candembe, por volta das 05:30 de 08 de Outubro, e iniciaram uma caminhada que tinha como destino o centro da cidade, no sentido de manifestarem a sua insatisfação com os problemas sociais e económicos que a província tem vivido.
Após os efectivos da polícia se aperceberem da movimentação naquela zona, prossegue a acusação, dirigiram-se ao local para interpelar os munícipes, mas estes não aceitaram parar e surgiram os confrontos com as forças policiais que reagiram igualmente aos ataques, fazendo recurso a gás lacrimogéneo, balas de salva e bastões de borracha.
Diante da confusão que se instalou, refere o MP, não houve relatos de mortes nem de feridos, mas sim a detenção dos 200 arguidos com as idades compreendidas entres os 19 e os 78 anos.
A imprensa apurou junto de fontes judiciais na Lunda-Sul, que face ao número de arguidos no processo, e por questões de segurança, o julgamento decorre nas instalações da cadeia da Luzia, em Saurimo.
Em comunicado de imprensa, a polícia alegou que deu instruções para que a marcha não prosseguisse, mas os manifestantes insurgiram-se, “criando rebelião e arruaças, arremessando pedras, paus, garrafas e outros objectos contundentes”, tendo partido os vidros de dois carros-patrulha, acusações refutadas pelos arguidos.
Fonte: NJ