Tráfico de droga em Moçambique tem “teias” da polícia à política
A procuradora-geral de Moçambique, Beatriz Buchili, pediu, hoje, o apoio no combate ao tráfico de droga, face às “teias” que este tipo de criminalidade já tem “nas instituições públicas” do país, da polícia à política.
“Como Judiciário, devemos continuar a reforçar a integridade das instituições e os mecanismos do combate à corrupção, pois esta é um dos instrumentos usados pelo crime organizado para concretização das suas acções”, sublinhou Beatriz Buchili, ao intervir, em Maputo, na cerimónia de abertura do ano judicial de 2024.
A sessão solene de abertura do ano judicial de 2024, sob o lema “Reforçando o Papel do Judiciário no Combate ao Tráfico de Drogas”, decorreu na presença do Presidente moçambicano Filipe Nyusi.
De acordo com a procuradora, o tráfico de droga tem a capacidade de estender as suas teias pelas instituições públicas, incluindo no seio da polícia, das magistraturas, da advocacia, dos actores políticos e das esferas económica e social, manipulando as agendas das instituições e comprometendo o Estado.
Outra vertente crucial na prevenção e combate” ao tráfico de droga, explicou, passa pela cooperação internacional: “Estamos, infelizmente, inseridos no tráfico internacional de droga e não podemos pensar numa solução unicamente nacional”.
“Devemos lançar mão aos diversos mecanismos de cooperação internacional e, aliás, temos estado a efectuar, fazendo o aproveitamento não só dos mecanismos formais como também informais, com enfoque para os diversos fóruns internacionais em que as nossas instituições se mostram representadas”, defendeu Beatriz Buchili, citada pela Lusa.
Fonte: JA