A Força Sindical, a Confederação Sindical (UNTA) e a Central Geral dos Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSSILA) confirmam a paralisação geral na função pública na quarta-feira, 20, para reivindicarem o aumento do salário mínimo nacional.
O Executivo, através do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), que diz estar aberto ao diálogo, não voltou a chamar as centrais sindicais para tentar chegar a um acordo e evitar a paralisação de três dias na função pública.
Centrais sindicais asseguram que a greve na função pública é agora irreversível.
“Até ao momento não fomos chamados, mas a verdade é que a paralisação é irreversível e será esta quarta-feira”, disse Adriano Manuel, membro da equipa negocial dos sindicatos junto do Executivo.
Segundo o também presidente do sindicato dos médicos de Angola, os médicos estarão a 50 por cento nesta greve.
Os professores, através do SINPROF, asseguram que a adesão à greve será de 100 por cento e lamentam o facto de as reivindicações não terem siso atendidas.
Quem também promete juntar-se à paralisação a 100 por cento é o sector da justiça. Os operadores de justiça dos tribunais de comarcas e do Ministério Público confirmaram a adesão à greve.
Algums taxistas asseguram que vão paralisar a actividade em solidariedade com os funcionários públicos.
Entretanto, as centrais sindicais garantem que não houve avanços nas negociações com o Executivo quanto ao caderno reivindicativo.
As centrais defendem que seja feita uma revisão salarial na função pública na ordem dos 250%, ao passo que o Executivo decidiu fazê-lo em apenas 5%, e defendem que o subsídio de isolamento seja abrangente.
Governo considera “sonhadora” a proposta das centrais sindicais
O Governo considera “sonhadora” a proposta das centrais sindicais, que exigem um salário mínimo de 250 mil kz, embora as centrais já tenham reduzido esse valor para os 100 mil kz.
A ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, Teresa Dias, considerou irrealista a proposta das centrais sindicais, mas reconheceu também der havido algum avanço nas negociações pelo facto de as centrais reduzirem o valor, pese embora o Executivo também não concorde com este valor.
“Para implementar um salário mínimo nacional de 250 mil kz, todos teriam de ter a capacidade de pagar esse valor, até para os empregados de casa”, disse a ministra, assegurando que se trata de uma proposta “completamente fora do comum”.
O MPLA, partido no poder, diz estar confiante num acordo entre sindicatos e Executivo para anular a greve na função pública.
Para o MPLA, as negociações continuam abertas, considerando que até à data determinada para o início da greve, as partes poderão chegar a um acordo.
Fonte: NJ