Estas reservas garantem actualmente um mínimo de 8 meses de importações de mercadorias e de serviços, acima dos 4 meses de importações, que é a média dos países que fazem parte da SADC.
Apesar de terem registado um ligeiro aumento, subindo 0,2% face a Maio, as Reservas Internacionais encolheram 2% no primeiro semestre do ano, ao passar de 14.727 milhões USD em Dezembro do ano passado para 14.436 milhões em Junho, o que representa uma queda de 291,0 milhões em apenas três meses, de acordo com cálculos da imprensa com base nas estatísticas monetárias e financeiras publicadas recentemente pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
Tendo em conta que nos primeiros três meses o País importou 3.195,0 milhões USD em mercadorias e 2.470,2 milhões em serviços, significa que as importações “custaram” ao País uma média de 1.888,3 milhões USD por mês. Contas feitas, os 14.436 milhões USD que valiam as Reservas em Junho davam para garantir pouco mais de oito meses de importações de bens e serviços, acima dos 4 meses de importações, que é a média verificada nos países que fazem parte da SADC.
No entanto, o País tem hoje menos 2.775,5 milhões USD em Reservas Internacionais do que tinha no período pré-Covid-19, quando totalizavam 17.211 milhões em 2019, numa altura em que tinham invertido uma tendência de queda iniciada em 2014. Ainda assim, o valor mais baixo destas reservas foi em Janeiro de 2022, quando totalizaram apenas 13.350 milhões USD. Por outro lado, estas reservas atingiram o valor mais alto de sempre em Setembro de 2013, quando valiam 35.188,4 milhões USD. Naquele ano, Angola importou 26.331,0 milhões USD em mercadorias e 23.062,1 milhões em serviços, o que dá um total de 49.393,1 milhões USD. Assim, o País gastou, em média, 2.932,3 milhões USD na importação de bens e serviços, o que significa que as Reservas Internacionais registadas em Setembro daquele ano serviam para cobrir quase 17 meses de importações, quando hoje não passam dos 8 meses.
As Reservas Internacionais de um país são activos financeiros como reservas de dólares, euros, ouro e outras divisas controladas pelo banco central, bem como títulos de dívida soberana de outros países. Estas reservas podem ser utilizadas para cumprir as suas obrigações internacionais, tais como o pagamento de importações, dívidas externas e outras despesas em moeda estrangeira, desempenhando, assim, um papel importante na estabilidade económica de um país, ajudando a manter a confiança dos investidores estrangeiros e a capacidade de lidar com choques económicos ou crises financeiras.
Fonte: Expansão