Os 5.000 candidatos que frequentavam o curso de Serviços de Migração e Estrangeira (SME), em Luanda, e que viram, de repente o curso interropido, após ter sido suspenso por tempo indeterminado pelo Ministério do Interior (MININT), vão ser re-avaliados por uma equipa inspectiva do MININT e do SINSE e farão novos testes de admissão, apurou â imprensa.
Neste curso de ingresso foram detectadas “irregularidades gravíssimas” que ditaram a sua interrupção a quatro dias do fim da formação.
A imprensa apurou junto dos formandos que havia milhares de recrutas sem o perfil para ingressar no SME.
Entretanto, o SME irá, nos próximos dias, criar uma comissão para a re-avaliação de todo o processo e apela à calma dos formandos que viram suspensa a formação, a menos de uma semana do seu final.
A imprensa soube que essa equipa inspectiva, que fará a “peneira” ao curso, será composta por elementos do MININT e do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SINSE).
Domingas Mendonça, porta-voz do SME, disse na Televisão Pública de Angola (TPA) que o funcionamento desta comissão criada será para breve.
Segundo a direcção do SME, todos os formandos que estão conscientes que preenchem os requisitos de ingresso devem ficar calmos.
Conforme o SME, este curso esteve a cargo de uma comissão, que terá cometido diversas irregularidades graves, o que levou à sua suspensão.
Porém, alguns formandos revelaram à imprensa que houve, de facto, diversas irregularidades ao longo da formação e que havia mesmo recrutas sem o perfil para este órgão “castrense”.
Sob anonimato, contaram que havia candidatos com mais de 50 anos, mulheres grávidas, cidadãos com curriculum criminoso e até com nacionalidade duvidosa.
Contaram ainda que inicialmente o curso era para 3.000 formandos mas chegou a acima dos 5.000.
“Nestes dois últimos meses do curso, vimos as companhias a aumentarem de número com pessoas que nem sequer iniciaram a formação connosco, mas que apareceram para ensaiar a marcha”, disse um dos recrutas.
Segundo os formandos, até figuras públicas do mundo da música, das artes e do teatro frequentavam a curso de forma quase “invisível”, ou seja, estavam mais ausentes do que presentes.
Conforme estes recrutas, vários responsáveis do SME, que estavam à frente da formação, infiltraram pessoas no ensaio da marcha de ordem unida, no mês passado.
A imprensa soube que uma oficial superior afecta aos Recursos Humanos do SME, assim como altos oficias comissários, estão arrolados como prevaricadores do processo, que esta segunda-feira, 25, foi suspenso.
Segundo a direcção do SME, este curso de ingresso ao Serviço de Migração e Estrangeira obedece a novas avaliações e os candidatos serão submetidos a novos testes psicotécnicos, físicos, médicos e outros.
Uma fonte do MININT assegurou que os responsáveis pelas irregularidades deste curso serão responsabilizados.
Importa realçar que os mais de 5.000 recrutas que há meses frequentavam o curso, em Luanda, foram surpreendidos com a recolha das fardas e dos passes por efectivos do Ministério do Interior (MININT), que lhes deu a conhecer que o curso foi suspenso por tempo indeterminado.
Fonte: NJ