Da lista destes falsos naturopatas perfilam, para além de angolanos, chineses, congoleses e nigerianos que nunca passaram por nenhum processo formativo e, com as suas receitas, baseadas na medicina tradicional, põem em risco centenas de vidas, conforme alerta do Fórum de Medicina Tradicional de Angola (FOMETRA)
Crescem as queixas em relação à actuação dos falsos naturopatas que, através de anúncios de programas de rádios, TVs, jornais e redes sociais, vendem o sonho de uma saúde melhor através da indicação de receitas e medicamentos milagrosos capazes de curar os mais diversos tipos de doenças.
São chás, raízes, comprimidos, ampolas e outros medicamentos e suplementos criados à base de plantas e flores naturais que esses naturopatas indicam para revitalizar a vida de quem tem a saúde nos picos. Muitos desses naturopatas nunca passaram por nenhum processo formativo e com as suas receitas põem em risco centenas de vidas, como alerta o Fórum de Medicina Tradicional de Angola (FOMETRA).
Dados desta organização, passados à imprensa, contabilizam perto de três mil queixas envolvendo a actuação dos falsos naturopatas espalhados por todo o país. Da lista destes falsos profissionais perfilam, além de angolanos, chineses, congoleses e nigerianos que actuam em estabelecimentos comerciais que designam de ervanárias, centros médicos e laboratórios onde intoxicam as suas vítimas cujas consequências podem inclusive, levar à morte.
Feliciana Fezilina já foi vítima destes profissionais. Farta de tentar a cura na medicina convencional, tentou recorrer ao tratamento natural para curar uma dor no peito que a apoquenta há anos. Entre mentiras e falsas indicações, Feliciana passou por diversas mãos de pessoas que se diziam naturopatas, mas que não passavam de meros “brincalhões”, como a mesma fez questão de qualificar.
Natural da província do Zaire, Feliciana contou que já foi parar a Malanje e Uíge devido à indicação destes falsos naturopatas que, por pouco, a intoxicavam de medicamentos e suplementos. “Receitavam-me muita coisa mas não passava. Era tudo mentira e brincadeira, enquanto por dentro a doença aumentava”, lamentou a jovem de 31 anos de idade que hoje está a tratar-se numa conheci- da clínica de medicina tradicional em Luanda.
Fonte: OPAÍS