A campanha “Nascer Livre para Brilhar”, de iniciativa da Primeira-Dama da República, reduziu, até finais de 2022, a taxa de transmissão vertical do VIH-SIDA em 15 por cento, contra os 26 por cento de 2018, ano de lançamento do programa.
Ana Dias Lourenço detalhou também que o tratamento de gestantes portadoras de VIH-SIDA nos hospitais especializados subiu de 54 por cento (2019) para 75 por cento (2021).
A abordagem da Primeira-Dama de Angola foi feita, domingo, no último dia da 27ª Assembleia Ordinária da Organização de Primeiras-Damas Africanas para o Desenvolvimento, OAFLOD, na sigla em inglês, realizada de 15 a 19 deste mês, em Addis Abeba, capital da Etiópia.
Este evento realizou-se à margem da 36ª Cimeira de Chefes de Estado e Governo da União Africana. Reuniu as Primeiras-Damas de África, parceiros e outras entidades convidadas. Abordou o tema “Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres – Um Caminho para a África que Queremos”.
Projectos e resultados
De acordo com a Primeira-Dama, este fórum permitiu reflectir sobre a actual condição e o papel da mulher nas sociedades africanas. Permitiu também vislumbrar oportunidades e benefícios no tratamento que se quer ter entre homens e mulheres, para que haja, efectivamente, uma equidade e para que se possa falar em equidade de género.
A crise da Covid-19 e a crise económica, disse, ampliaram substancialmente as desigualdades de género, especialmente em África. As mulheres estão mais expostas a perder os empregos e a serem expulsas do mercado de trabalho.
“Elas enfrentam barreiras como a violência doméstica, abuso sexual, muitas vezes no seio das próprias famílias, tráfico de meninas, exploração sexual, gravidez precoce, o também chamado casamento infantil, o trabalho infantil, práticas culturais nocivas, como a mutilação e outros males que afectam as nossas sociedades, e tudo isso a que me referi afectam principalmente as mulheres, em particular as meninas. E é por essa razão que no início disse que estava feliz por podermos abordar aqui na nossa assembleia este tema”, declarou.
A Primeira-Dama afirmou que, pessoalmente, tem feito um trabalho de advocacia nas campanhas que realiza e chama as meninas como agentes de mudança da sociedade angolana. Para o efeito, acrescentou, tem-se empenhado juntamente com a equipa no trabalho de educação e empoderamento das mulheres, em particular da jovem menina, porque entende que só assim se pode almejar um desenvolvimento integrado, inclusivo e sustentável.
“O meu trabalho tem sido realizado com muita entrega e considero a temática dessa reunião como transversal e que deve ser tratada aos vários níveis e tivemos aqui a oportunidade de ouvir, na primeira parte da nossa sessão, as áreas às quais devemos prestar atenção para podermos ter equidade de género. Falamos das questões de saúde, do VIH SIDA”, afirmou Ana Dias Lourenço.
Elogio da Namíbia
Durante o Congresso, a Namíbia, que dirigiu o encontro, elogiou o papel de Ana Dias Lourenço, tendo reconhecido que mesmo noutros tempos, enquanto integrada em outras funções, a actual Primeira-Dama já se mostrava dedicada, competente e comprometida com a defesa das causas das mulheres.
Nessa base, referiu ser tempo de as Primeiras-Damas organizarem-se e aproveitarem as suas valências profissionais para dinamizarem a organização africana.
Fonte: JA