O Presidente da República, João Lourenço, é aguardado hoje, em Oslo, onde vai efectuar uma visita de Estado ao Reino da Noruega nos dias 17 e 18, quinta e sexta-feira.
Dos momentos a destacar constam uma visita ao Parlamento, onde será recebido pelo seu presidente, Masud Gharhakhani, e também encontros com o Primeiro-Ministro norueguês, Jonas Gahr Store e com Sua Majestade o Rei Harald.
A visita de Estado do Presidente angolano à Noruega ficará marcada também pela realização de um fórum empresarial, onde João Lourenço será orador principal, para explicar aos homens de negócios noruegueses como poderão investir em Angola.
Na sequência, o Chefe de Estado receberá alguns em-presários locais em audiências separadas, sempre com o mesmo objectivo. A visita do Presidente João Lourenço ao Reino da Noruega termina sexta-feira à tarde.
Programa de encontros
Trata-se da primeira visita de um Chefe de Estado angolano ao país do Norte da Eu-ropa e está enquadrada na acção da diplomacia económica, liderada pelo Presidente João Lourenço. Está previsto, pós-Fórum de Negócios, en-contros em separado com os líderes das principais empresas interessadas em investir em Angola.
A oportunidade gerada pelo Fórum Empresarial deverá servir para os ministros, integrantes da delegação presidencial, realizarem contactos e mostrarem aos investidores locais as oportunidades existentes no país, nos diversos sectores.
Em Oslo, a capital norueguesa, estão os ministros dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, e o da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, além do das Relações Exteriores, Téte António.
A Noruega está entre os 13 maiores produtores de petróleo do mundo, extraindo 1,7 milhão de barris/dia, segundo dados de 2020, depois de em 2018 ter apresentado uma exportação de 1,25 milhão de barris/dia, sendo, assim, o décimo quarto maior exportador mundial.
Em relação ao consumo interno, em 2019, era de 207 mil barris/dia, números que fizeram do país, somente, o 55° maior consumidor do mundo. Entre Abril e Junho deste ano, os lucros mundiais da gigante petrolífera norueguesa – Equinor (ex-Statoil) triplicaram para 6,8 mil milhões de dólares, comparativamente ao mesmo período de 2021.
A norueguesa Equinor opera em Angola no Bloco 17, em parceria com outras companhias, tendo investimentos de milhares de milhões de dólares.
Os dados mais recentes do volume de negócios entre Angola e Noruega foram estimados em 3 mil milhões de dólares, maior parte dominada pela Equinor, que, em 2017, investiu, por exemplo, mil milhões de dólares no país.
Apesar de todo o potencial petrolífero, a Noruega também desenvolve e aposta forte nas indústrias, concretamente, na produção de máquinas e no sector pesqueiro.
Expectativas da comunidade angolana no país nórdico
A comunidade angolana em Oslo, na Noruega, está expectante com a visita de Estado do Presidente João Lourenço.
Esta é também a primeira vez que um Chefe de Estado angolano se desloca à região montanhosa das escandinavas.
A Noruega é um país do Norte da Europa, onde os números aproximados estimam existir uma comunidade de pouco mais de 500 angolanos.
Apesar de longe da terra e dos hábitos, os angolanos em Oslo procuram manter vivas as memórias e desafios presentes.
O funcionário de restaurante Nelson Francisco, oriundo do Cazenga, Luanda, disse que, por se tratar da primeira vez de um Presidente angolano na Noruega, o gesto sinaliza “boa amizade” entre os países.
O angolano-norueguês, fruto do casamento, em 2007, em Luanda, com uma cidadã local, disse à Rádio Nacional de Angola (RNA), em Oslo, que a adaptação passa, necessariamente, pela alimentação e o clima, bastante frio.
A língua é outro factor, mas vencido por si, através de um curso de três meses e meio, auxiliado com o domínio do inglês.
Por sua vez, Henrique Costa chegou à capital norueguesa recentemente. Ainda não tem mais de um ano, mas o emprego no sector da Moda e Confecções facilitou a adaptação. Meio despercebido da visita, procurou saber do Jornal de Angola qual a razão de angolanos não habituais em Oslo.
O jovem, ido da Maianga, admitiu ser bastante desafiador viver na capital da Noruega, mas reconheceu que o salário mensal também serve de incentivo.
Henrique Costa está, depois de informado, expectante e também animado com a possibilidade do reforço da cooperação entre os dois países.
Numa das ruas de Oslo, a norueguesa Maja Nestaker disse ter curiosidades sobre Angola. De África sabe apenas da Tanzânia, o que a faz pensar que a presença do Presidente angolano seja um factor de reconhecimento e cooperação entre os dois Estados.
Fonte: JA