O Presidente da República segue esta sexta-feira à tarde para a província do Namibe, onde vai inaugurar, no sábado, na cidade de Moçâmedes, a nova sede do Parque Nacional do Iona.
Localizado no município do Tômbwa, a nova infra-estrutura da “área de conservação e gestão da biodiversidade do Parque Nacional do Iona enquadra-se no processo de revitalização dos parques nacionais, fruto de uma parceria público-privada entre o Governo de Angola e a ONG African Park, de origem sul-africana”, segundo informações divulgadas pela ONG no seu site.
“O Governo de Angola e a African Parks, uma organização de conservação sem fins lucrativos assinaram um acordo de gestão para o Parque Nacional de Iona, iniciando assim a sua primeira parceria para assegurar a protecção a longo prazo, de uma das mais vastas áreas protegidas do país. Iona é uma paisagem desértica emblemática, que se estende do litoral atlântico sobre dunas, planícies e montanhas. Abrange uma vasta área de 15,200 km2 que incorpora um novo bioma e novo país no portfólio de gestão de African Parks, que já inclui 17 parques em 11 países e perfazem um total de mais de 13.5 milhões de hectares”, lê-se igualmente no site que apresentou a parceria com o Governo angolano.
Segundo o Jornal de Angola, “desde o arranque do acordo, firmado em Dezembro de 2019 com o Governo de Angola, para a gestão do Parque Nacional do Iona, num período de 20 anos, já foram investidos mais de 10 milhões de dólares, nomeadamente em todo o tipo de infra-estruturas, reabilitação, recrutamento de pessoal, custos com operações, entre outros”.
Situado no deserto do Namibe no canto sudoeste de Angola, com uma costa acentuada de 160-km contígua ao Oceano Atlântico, “Iona é uma das mais sublimes áreas selvagens, com férteis ecossistemas terrestres e marinhos. Os seus areais centrais estão delimitados a leste por montanhas que atingem alturas de 2 000 metros e a oeste por dunas ao longo de toda a costa. Alimentado por dois rios limítrofes, o Cunene e o Curoca, o parque contém bosques extensos e é habitado por chitas e leopardos, manadas de órix, gazelas e zebras de Hartmann, avestruzes, répteis endémicos e é o habitat principal das plantas mais antigas do mundo, Welwitschia mirabilis”, lê-se ainda no site da ONG.
O Parque Nacional de Iona faz parte de uma área de conservação transfronteiriça (TFCA) com o Parque Nacional da Costa dos Esqueletos, na Namíbia. Historicamente, o parque era habitado por rinocerontes e elefantes, mas ambas as espécies desapareceram por completo desta área e outros animais selvagens também foram dizimados. As actividades humanas descontroladas das populações periféricas e do parque, incluindo a pastagem de gado, colocam ainda mais pressão nos seus ecossistemas.
Durante a visita ao Namibe, João Lourenço vai ainda “constatar a implementação de outros projectos económicos e sociais da região, devendo manter um encontro alargado de trabalho com os membros do Governo Provincial, encabeçados pelo governador Archer Mangueira, para avaliar o grau de execução dos diferentes programas sectoriais do Namibe”, segundo os serviços de imprensa do Presidente da República.
Fonte: NJ