O Presidente da República, João Lourenço, não gostou de ver os caminhos que levarão os viajantes ao novo Aeroporto Internacional de Luanda (NAIL), que deve começar a funcionar em pleno no final do terceiro trimestre de 2024.
O Chefe de Estado não ficou satisfeito com o que viu no terreno, e, de regresso ao Palácio, convocou uma reunião de emergência.
Segundo os serviços da Presidência, João Lourenço percorreu, de comboio, o troço que liga a estação ferroviária do Bungo até ao Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, em Icolo e Bengo, numa extensão de aproximadamente 45 quilómetros. O Chefe de Estado “quis certificar-se do estado real das acessibilidades para o novo aeroporto, muito em particular a ligação por comboio”. A visita de campo “deixou a nu um conjunto de desafios que vai ser preciso vencer” para que a viagem dos passageiros por via férrea ocorra com garantias de segurança e conforto, diz a Presidência, acrescentando que “hoje por hoje, os comboios naquele percurso operam em condições precárias, dada a persistência de mercados informais, circulação de vendedores ambulantes e animais, além da acumulação de lixo e outros detritos”.
Feita a viagem de comboio, e com um amargo de boca, o Chefe de Estado resolveu ir verificar a Estrada 230 que liga Luanda a Catete, por altura do quilómetro 44, o ponto onde desembocará a estrada circundante projectada para desafogar a ligação entre Luanda e Viana, “uma via que influenciará, também, a acessibilidade para o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto”.
“Em face do constatado”, dizem os serviços da Presidência, o Chefe de Estado “convocou de imediato uma reunião de trabalho, que teve lugar a meio da tarde desta quarta-feira no Palácio Presidencial, na Cidade Alta, com responsáveis de diferentes departamentos ministeriais e outras entidades ligadas ao processo de criação de condições para que as idas e vindas futuras do e para o novo aeroporto estejam facilitadas”.
No final do dia, o Presidente da República exarou um despacho a considerar que “persistem os inúmeros constrangimentos de segurança da exploração ferroviária, que levam a perdas humanas diárias, o furto e vandalização do material circulante e da linha, o depósito de resíduos sólidos, a venda ambulante e a redução da velocidade normal dos comboios”.
O diploma assinado pelo Presidente da República ainda não está acessível, mas, segundo os serviços da Presidência, refere a urgência de assegurar as condições de segurança, reabilitação e vedação da linha, implementação do sistema de comunicação e sinalização, limpeza da via permanente, remoção das interferências e edificação de pedonais, para reposição da capacidade técnica e operacional de transporte do Caminho de Ferro de Luanda no troço Bungo-Baía-Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto.
No diploma é autorizada a despesa e a formalização da abertura do procedimento de contratação emergencial, assentes em critérios materiais, para a celebração de contratos de empreitada para a segregação do corredor ferroviário do Caminho de Ferro de Luanda no troço Bungo-Aeroporto Internacional Dr António Agostinho Neto, o de elaboração dos projectos, coordenação e gestão da empreitada, e o de fiscalização da obra.
Os valores a despender pelo Estado angolano não foram avançados pelos serviços da Presidência, mas o Novo Jornal estará atento à publicação do documento em Diário da República.
Fonte: NJ/AN