O Presidente angolano voltou a mexer nas estruturas dos órgãos de polícia, depois de demitir o ministro do Interior e a sua equipa na semana passada, promovendo agora o comandante geral da polícia nacional a secretário de Estado.
Segundo o decreto presidencial assinado por João Lourenço, Francisco Monteiro Ribas da Silva, até à data delegado provincial do Ministério do Interior, que será agora Comandante Geral da Polícia Nacional e Arnaldo Carlos passa a ser o novo secretário de Estado para o Interior do Ministério do Interior.
Foram também nomeados Cristino Mário Ndeitunga, até agora vice-governador de Luanda para os serviços técnicos e infraestruturas, para o cargo de Secretário de Estado para o Asseguramento Técnico do Ministério do Interior.
Na semana passada, João Lourenço exonerou o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, nomeando para o seu lugar o até então governador de Luanda e ex-ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Manuel Homem.
A liderança de Eugénio Laborinho na pasta do Interior ficou marcada por diversas polémicas, mas manteve-se como um dos mais duradouros ministros do executivo de João Lourenço, que o nomeou em 2019 e manteve no seu segundo mandato, conquistado nas eleições gerais de 2022.
Na mês passado, João Lourenço exonerou também os diretores nacionais do Serviço de Migração e Estrangeiros e do Serviço de Investigação Criminal, pouco depois de, no seu discurso sobre o Estado da Nação, a 15 de outubro, ter acusado políticos e parlamentares de estarem ligados a crimes de contrabando e vandalização de bens públicos.
Na altura, João Lourenço afirmou que “o aumento do contrabando de combustíveis, o dano ambiental resultante da exploração ilegal de minerais estratégicos e de madeira”, e o reinvestimento público necessário devido à vandalização de bens públicos, obriga a unir esforços numa “cruzada nacional contra estes tipos de crime”.
“Os seus autores, os compradores do produto do roubo, mas sobretudo os instigadores e fomentadores, devem ser exemplarmente punidos”, sublinhou o Presidente, frisando que “lamentavelmente, alguns deles são políticos e parlamentares”.
Fonte: Angola 24h