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PR ″desenterra″ problemas na agricultura familiar com referência à produção interna

Limitações naquele que constitui o sector mais produtivo, com milhares de agentes, ainda assim, sem as principais ferramentas para o propalado combate à fome, são tão antigas quanto o discurso usado pelo Chefe de Estado no último “murro na mesa”. Levantamentos da imprensa em províncias cheias de potencialidades, complementados com a análise de quem domina a realidade, mostram um País longe do trabalho de casa.

Em menos de uma semana, o Presidente da República, João Lourenço, destacou em duas ocasiões, na tomada de posse do ministro da Indústria e Comércio e na abertura da FILDA, a valorização da produção interna, reafirmando o desejo de ver realizado um sonho que continua a esbarrar em velhos problemas no sector da agricultura familiar, levantados por agentes que criticam o recurso ao “discurso de sempre”, quando os alimentos fogem das famílias angolanas em tempos de crise.

O recém-terminado Recenseamento Agro-Pecuário e Pesqueiro (RAAP), relativo a 2021/22, no qual se observa que o crédito à agricultura familiar ficou em 0,4%, estando a assistência técnica em 1.6 por cento, é visto como uma das repostas às preocupações do Chefe de Estado quanto à importância da produção nacional, há vários anos condicionada a aspectos estruturais, indicam levantamentos feitos pela imprensa em quatro províncias do País.

O Titular do Poder Executivo, que fez tais referências em meio ao ruído que mexe com a sociedade angolana por conta da alta dos preços da cesta básica, é aconselhado a acabar com os “despesismos” e a olhar mais para o orçamento da Agricultura.

No terreno, concretamente na comuna do Dombe Grande, município da Baía Farta, em Benguela, à imprensa começa por abordar a produtora Helena Bolonguela, líder de uma cooperativa de camponeses, formada por associados que se queixam da falta de condições para irrigar os campos.

O grito de socorro é lançado, curiosamente, numa localidade que, a ter em conta a promessa do Governo angolano, aguarda, há mais de 15 anos, por uma barragem hidroeléctrica, para garantir electricidade e água nas zonas de produção.

A base para este empreendimento seria o conhecido rio Coporolo, que tem sido, em fase de enchentes, a razão dos prejuízos decorrentes da devastação de largos hectares com milhares de toneladas de alimentos.

Continua a faltar o prometido desassoreamento (regularização), vários anos após o início de trabalhos nesse sentido, tal como salientam os nossos interlocutores.

“Com a gasolina a 150 kwanzas, já tínhamos problemas para regar, tudo piorou”, resume Helena.

Fonte: NJ

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